Com gasto recorde, Renan Filho teve ano mais violento de seu governo

Gasto 18% maior que 2015 não evitou 1,8% mais mortos, em 2017

Apesar de ter alcançado a maior redução da violência dos últimos sete anos, no mês dezembro, o ano de 2017 fechou como o mais violento desde o início do governo de Renan Filho (MDB), com 1.912 alagoanos mortos por criminosos. As mortes decorrentes de crimes violentos cresceram 1,81%, em relação ao ano de 2016. Tudo isso no ano que bateu recorde histórico em investimentos na pasta da Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL) e das polícias Militar e Civil, que consumiram mais de R$ 1 bilhão de reais.

Foi o segundo ano consecutivo de avanço dos números dos chamados crimes violentos letais e intencionais (CVLIs), que em 2016 cresceram 3,64%. O ano de 2017 foi 5,45% mais violento do que o ano de 2015. Enquanto que seu orçamento para a SSP e as polícias – de R$ 1,007 bilhão – foi mais de 18% mais alto que o do primeiro ano do governo de Renan Filho, quando com R$ 853 milhões obteve-se uma redução histórica de 17,6% dos CVLIs em Alagoas, tirando o Estado do topo do ranking nacional da violência.

Tal fato demonstra, além de um provável descontrole nos gastos públicos, uma descontinuidade na estratégia implantada naquele primeiro ano de governo de Renan Filho, quando foram intensificadas as investigações e ampliada a letalidade das ações repressivas das forças policiais, comandadas pelo experiente procurador de Justiça Alfredo Gaspar de Mendonça, então secretário de Segurança Pública e atual chefe do Ministério Público de Alagoas.

O número oficial de mortes no mês de dezembro de 2017 ainda não foi divulgado pela SSP de Alagoas, que busca consolidar os dados anuais. Mas a informação foi obtida pelo Diário do Poder, através de fonte que teve acesso aos números, ainda não confirmados pelo Governo de Alagoas. Em 2015, a estatística oficial registrou 1.813 CVLIs. E, no ano seguinte, foram 1.878 alagoanos mortes por criminosos. 

POLÍCIA 65% MAIS LETAL

Da estratégia que resultou no impacto positivo inicial da redução das mortes no primeiro ano do governo de Renan Filho, o que avançou mesmo foi a letalidade das ações policiais. Somente até o final de novembro de 2017 policiais mataram 65% supostos suspeitos de crimes a mais do que todo o ano de 2014, nos casos de “resistências com resultado morte”, como são registradas essas ocorrências na estatística oficial. Somente em fevereiro, foram 22 supostos suspeitos mortos em abordagens policiais.

O Estado governado pelo filho do ex-presidente do Senado Renan Calheiros (MDB) ainda registrou o primeiro semestre de 2017 como o mais violento desde 2014, com 1.032 mortes. Mas conseguiu se recuperar no segundo semestre e obter desempenho comparável ao de 2015, com 880 mortes registradas.

O ano passado teve 34 alagoanos mortos a mais do que 2016. E em relação a 2015, foram 99 mortes a mais em solo alagoano. Mesmo com a criminalidade resistindo ao achatamento repressivo da violência em Alagoas, o governo de Renan Filho fechou 2017 com 13% de mortes a menos que o último ano do governo de Teotonio Vilela Filho (PSDB), quando foi iniciada uma tendência e queda os números da violência, no segundo semestre de 2014.