Cercado pela oposição, Maduro convoca Assembleia Constituinte

Ditador da Venezuela reage contra protestos que exigem renúncia

Durante um ato neste 1º de Maio, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro convocou uma Assembleia Nacional Constituinte para “refundar” o país com uma nova constituição, em meio aos protestos da oposição que pedem a sua saída do poder. 

O chamado de Maduro ao “poder constituinte originário” foi anunciado para milhares de eleitores, diante da impossibilidade de chegar a um acordo com a oposição, que o acusa de tentar dar um golpe de Estado. O presidente convocou “a classe operária” a instalar uma Assembleia Nacional Constituinte.

“Anuncio que, no uso de minhas atribuições presidenciais como chefe de Estado constitucional, de acordo com o Artigo 347, convoco o poder constituinte originário para que a classe operária e o povo, em um processo nacional constituinte, convoque uma Assembleia Nacional Constituinte”, disse Maduro, em um grande ato com operários em Caracas por ocasião das celebrações do 1º de Maio.

O ditador venezuelano destacou ainda que o anúncio da convocatória do poder constituinte, dá início a um “processo popular constituinte para chegar à paz, para vencer o golpe de Estado e para melhorar o sistema econômico, social e político do povo”.

Opositores dizem que o movimento é outra tentativa de marginalizar a atual Assembleia Nacional liderada pela oposição e manter o impopular Maduro no poder em meio uma recessão e manifestações que resultaram na morte de 29 pessoas no mês passado.

Nesta segunda-feira (1º), um alto comissário para os Direitos Humanos das Nações Unidas, Zeid Ra'ad al Hussein, afirmou que a opção feita pelo governo de Venezuela, de “reprimir as vozes dissidentes, não resolverá a agitação” nas ruas e as razões dos protestos.

Também hoje, o prefeito oposicionista da cidade de Mérida, no oeste da Venezuela, Carlos García, garantiu para a Agência EFE que Juan Correa, vereador de um município vizinho e que também faz parte da oposição, foi ferido por um disparo de arma de fogo na noite desse domingo (30), na localidade de Ejido.

Na última sexta-feira (28), o governo da Venezuela declarou que não tem a intenção de pagar o que deve à Organização de Estados Americanos (OEA), um total de US$ 10,5 milhões, por considerar esta cobrança uma “humilhação”. (Com informações da Agência Brasil e AE)