Bené está preso em área restrita da PF, em Brasília

O empresário foi isolado no Núcleo de Inteligência Policial

O empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, preso nesta sexta-feira (15) pela Polícia Federal, está isolado no Núcleo de Inteligência Policial (NIP) da Superintendência Regional da PF do Distrito Federal, no Setor Policial Sul. O NIP é uma área fechada, restrita, que poucos delegados têm acesso. É preciso usar a digital para entrar.

Bené foi preso preventivamente bem cedo, por volta de 6h. Acompanhado de policiais e delegados, chegou à Superintendência perto das 7h, e foi direto para a área restrita prestar depoimento. A Polícia Federal aponta o empresário como operador do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), em esquema de corrupção e fraude eleitoral.

A prisão é relacionada à Operação Acrônimo, que investiga recebimento de vantagens indevidas pelo governador mineiro quando o petista comandava o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A Acrônimo é mantida em segredo de justiça no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde é relatada pelo ministro Herman Benjamin, por envolver foro privilegiado do político.

O inquérito apura suposta compra de portarias no ministério para favorecer a Caoa, empresa fabricante de veículos da Hyundai. Mensagens telefônicas flagraram o empresário negociando a edição das normas para favorecer a montadora. Duas empresas de Bené receberam recursos da Caoa a título de consultoria. Segundo a PF, trata-se de vantagens indevidas pagas para obter as portarias.

Por envolver políticos nessa investigação, a Polícia Federal cumpre a decisão judicial de não se manifestar a respeito.