Associação teme cartel no preço de botijões com a venda da Liquigás

Questões sobre venda da companhia serão discutidas em comissão

Na próxima quinta-feira (15), a Comissão de Minas e Energia, da Câmara dos Deputados, vai se reunir para debater sobre a venda da Liquigás Distribuidora S.A., empresa brasileira do grupo Petrobras. A venda, segundo a Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (ASMIRG-BR), pode gerar um monopólio do botijão de gás de cozinha, o que vai gerar perdas à estatal, ao governo federal, ao setor de revenda e, principalmente, aos consumidores.

A compra da companhia é articulada por concorrentes, além de companhias internacionais do setor. Em 2015, o lucro da Liquigás foi de R$ 114,3 milhões, 22,6% do mercado. O objetivo da Petrobras é arrecadar mais de US$ 14 bilhões com a venda de ativos. Além da Liquigás, estão os ativos de gás natural e biocombustíveis, operações na Argentina e participações em campos de petróleo.

Segundo a ASMIRG-BR, há indícios de conflitos de interesse no processo de venda. “A Liquigás Distribuidora S.A. não pode ser tratada como uma distribuidora qualquer, seu papel na distribuição de GLP deveria ser diferenciado, podendo agir como balizador de mercado”, explica.

A associação quer saber “sobre quais aspectos a Diretoria de Governança, Risco e Conformidade da Petrobras, avaliou e aprovou a venda da Liquigás”. Ainda segundo a ASMIRG-BR, seria possível conter as perdas da Petrobras e do governo federal com desvios de recursos públicos, um subsídio que deveria chegar em especial aos consumidores de renda familiar baixa e que hoje são desviados de forma dúbia. Caberia ainda à companhia reajustar o preço do GLP e impostos correlacionados sem ônus ao consumidor de baixa renda.

Os questionamentos e sugestões serão discutidos durante a reunião da comissão, que está marcada para as 10h30 do dia 15, no Anexo II do Plenário 14.