'Estamos tranquilos', afirma Edinho Silva sobre ação

Edinho Silva diz que o TSE 'tem todo o direito de fiscalizar'

O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha da reeleição da presidente Dilma Rousseff no ano passado, afirmou nesta quarta-feira, 7, que tem "muita tranquilidade" em relação às contas da campanha e que não teme investigação por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Tenho muita tranquilidade da forma que conduzimos a campanha. O TSE tem todo direito de fiscalizar, estamos tranquilos", disse.

Nessa terça, por cinco votos a dois, TSE decidiu abrir a ação de impugnação de mandato da presidente Dilma Rousseff, que pode cassar o diploma eleitoral da petista e também do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB). É a primeira vez que a Justiça Eleitoral autoriza uma investigação como essa contra um presidente da República empossado. 

Desde agosto, quando o julgamento foi paralisado por um pedido de vista, a Corte já possuía maioria formada para abrir a apuração, pedida pelo PSDB. A partir de agora, a Justiça Eleitoral poderá colher as provas que entender necessárias para investigar se houve abuso de poder político e econômico na campanha presidencial.

Edinho prestou depoimento à Polícia Federal na última segunda-feira, 5. Investigado na Operação Lava Jato, ele confirmou que teve encontros com o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, mas negou que tenha feito pressão para que o empreiteiro doasse recursos para a campanha da presidente Dilma Rousseff de 2014. A suspeita é que os R$ 7,5 milhões doados pela UTC à petista sejam fruto de dinheiro desviado da Petrobrás. No mês passado, o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de investigação contra o ministro.

Impeachment. Questionado se temia que ações como a da TSE ou a reprovação das contas por parte do Tribunal de Contas da União poderiam reforçar a tese do impeachment de Dilma, Edinho afirmou que "a presidenta não tem tratado essa agenda". "Até porque eu penso que a questão de impeachment é uma questão jurídica, não pode ser política. Não temos nenhum fato jurídico que justifica", disse. (AE)