Após vice da Engevix ficar calado, presidente o dispensa

Gerson Mello Almada entregou registros de seus depoimentos

O presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), dispensou o ex-vice-presidente da Engevix Engenharia S.A. Gerson de Mello Almada. O empreiteiro se recusou a falar durante seu depoimento nesta quinta-feira, 21.

A construtora é investigada no âmbito da Operação Lava Jato por suspeitas de envolvimento com o esquema de desvios na estatal. Segundo os investigadores, a empresa faria parte do cartel formado para assumir contratos da Petrobrás e pago propinas a dirigentes e políticos.

A liberação de Gerson Almada foi fruto de apelo do relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ). Em depoimento a investigadores da Operação Lava Jato, em março, Almada disse que havia repassado dinheiro para campanhas do PT, partido do relator, a pedido do lobista Milton Pascowitch preso preventivamente nesta manhã. 

“Senhor presidente, nas oitivas que realizamos no Paraná, as pessoas que optaram pelo direito constitucional de ficar em silêncio eu solicitei à vossa senhoria que fosse dispensado”, disse Luiz Sérgio. “Mantendo a linha de coerência do procedimento que tive no Paraná, peço a vossa senhoria que dispense o depoente”, afirmou antes de receber o apoio do presidente.

A decisão de Motta de dispensar o empreiteiro foi bastante criticada pelos parlamentares da CPI. O presidente foi acusado por Ivan Valente (PSOL-SP) de tomar atitudes "monocráticas e ditatoriais", seguindo o exemplo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).