Após dez meses, alunos deixarão de fazer a própria merenda, em Alagoas

Governo de Renan Filho fez alunos cozinharem por quase um ano

A Defensoria Pública do Estado de Alagoas teve que ingressar com uma ação na Justiça para que os estudantes da Escola Estadual Josefa Cavalcante Suruagy, no Município de Boca da Mata, deixassem de preparar a própria merenda escolar nesta semana. Após a negligência do governo de Renan Filho (PMDB) que durou cerca de dez meses, merendeiras foram contratadas para a unidade escolar, conforme ofício da Secretaria de Educação do Estado.

A ação civil pública contra o Estado foi impetrada no último mês de maio, pleiteando a contratação das profissionais e auxiliares de cozinha para a escola alagoana. E foi resultado de denúncias feitas à Defensoria por funcionários da escola, que relataram a ausência de merenda para os alunos da unidade da rede estadual de ensino, desde janeiro deste ano de 2017.

O caso foi denunciado pelos próprios estudantes, em abril, em vídeo divulgado nas redes sociais, em que os próprios estudantes aparecem fazendo a merenda em fogões e panelas industriais, servindo a comida e relatando que lavavam os pratos. Uma atividade muito diferente das previstas nas escolas de ensino integral exaltadas como exemplos de uma revolução no ensino público do governo Renan Filho em Alagoas.

O motivo do descaso com os estudantes foi a inércia do secretário da Educação e vice-governador de Alagoas, Luciano Barbosa (PMDB), em substituir duas merendeiras concursadas, após estas serem afastadas do trabalho, por problemas de saúde. A Defensoria buscou uma solução administrativa, mas o governo não supriu a carência nem destinou auxiliares para a escola.

Veja o vídeo publicado pelo portal Gazetaweb, em que uma aluna narra o caos na educação estadual de Alagoas: 

Segundo a Defensoria Pública Estadual, os funcionários relataram, também, que as profissionais já estavam sobrecarregadas em razão da grande quantidade de alunos e a falta de auxiliares para ajudar na preparação dos alimentos. O que comprometeu o desenvolvimento físico e intelectual do alunado, pois, a ausência de alimentação compromete o rendimento escolar.

Em abril, a Secretaria de Educação divulgou a seguinte nota: 

A Secretaria de Estado da Educação informa que há muitos servidores de serviços gerais afastados por licença médica, por diversos motivos, e a maioria não retorna para as funções, ou está em fase de readaptação. Na escola citada, há duas merendeiras e um de limpeza afastados. A Seduc afirma ainda que já há processo aberto para contratação de merendeiras e serviços gerais para suprir a carência destes profissionais. A Seduc esclarece ainda que não está medindo esforços para resolver a situação"

Já no ofício, recebido pela Defensoria no começo desta semana, o Estado informou que as merendeiras foram contratadas e o problema da escola foi solucionado. A Defensoria Pública continuará acompanhando a situação, a fim de garantir a alimentação e bem estar dos estudantes unidade de ensino. (Com informações da Assessoria da Defensoria Pública do Estado de Alagoas)