Apoio a Temer pode reduzir, mas oposição é que precisa de 342 votos

Há também otimistas entre aliados, como Darcísio Perondi

Líderes de partidos da base aliada preveem que o presidente Michel Temer terá menos votos a seu favor na segunda denúncia em relação à primeira durante a votação da acusação no plenário da Câmara, mas, ainda assim, vencerá outra vez a queda de obraço. Mas há otiismo entre os aliados. O vice-líder do governo, deputado Darcísio perondi, por exemplo, prevê os mesmos 263 votos obtidos na votação da primeira denúncia. Mas, seja qual for odesempenho dos governistas, os oposicionistas é que precisam reunir 342 votos para rejeitar o relatório aprovado na Comissao de Constituição e Justiça. A votação da segunda denúncia está prevista para a próxima quarta-feira, dia 25.

“O clima está tenso. Com certeza, ele terá menos votos a favor dele”, estima o líder do PSD na Câmara, deputado Marcos Montes (MG), que comanda a quinta maior bancada da Casa, com 39 parlamentares. De acordo com ele, a bancada do PSD deve dar de três a cinco votos novos contra Temer na segunda denúncia. Na primeira denúncia, o partido tinha 40 deputados, dos quais 14 votaram contra Temer, 22, a favor e dois se ausentaram.

O líder do PR, José Rocha (BA), também prevê que Temer receberá menos votos a seu favor na segunda denúncia. “No PR, há uma insatisfação muito grande por não terem cumprido o compromisso de liberação de emendas impositivas. Ano que vem é ano eleitoral”, afirmou Rocha, sem dar uma estimativa de votos na bancada. Na primeira denúncia, o PR deu 28 votos a favor do presidente e nove contra. Outros três parlamentares se ausentaram.

Avisos

Apesar dos avisos ao governo, a maioria dos partidos da base aliada agiu para ajudar o governo. PR e PSD, por exemplo, mudaram seus integrantes titulares na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para ajudar Temer a barrar a segunda denúncia. O colegiado aprovou nesta quarta-feira, 18, o parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) recomendando a rejeição da denúncia. 

Temer tem feito concessões a demandas mais gerais dos parlamentares. O governo, por exemplo, editou um decreto que dificulta, segundo especialistas, a punição de empresas que submetem trabalhadores a condições análogas à escravidão, demanda da bancada ruralista. Também concordou com regras mais benéficas para empresas no novo Refis, um programa de parcelamento tributário com a União.