Antiga sede do TCU em Alagoas vira simbolo do mau uso do dinheiro público

CREA e prefeitura de Maceió querem demolir projeto equivocado

Com a missão institucional de fiscalizar o bom uso do dinheiro público, o Tribunal de Contas da União (TCU) produziu em Alagoas um símbolo de tudo o que seus integrantes combatem na administração pública. Sua antiga sede na capital alagoana está em ruínas, após ter sido erguida em estrutura metálica diante da praia do Sobral. A estrutura abandonada há quase cinco anos foi condenada por técnicos do Conselho Regional de Engenharia de Alagoas (CREA-AL) e pela Prefeitura de Maceió, nesta semana.

O presidente do CREA de Alagoas, Fernando Dacal, destacou a antiga sede do TCU como uma construção equivocada, principalmente pelo material em aço utilizado em sua estrutura, numa região de corrosão elevada, à beira-mar. E lamentou que tal projeto tenha nascido de uma instituição como o TCU e hoje tenha virado amontoado de ferro velho.

“Uma construção com um projeto totalmente equivocado, estamos vendo um prédio totalmente abandonado e aberto, com a população correndo riscos. É muito triste, ver isso, principalmente em um órgão que tem a responsabilidade de fazer a fiscalização da aplicação do recurso público. E investe num prédio totalmente em estrutura metálica, na praia que tem, acho, o segundo maior índice de corrosão na cidade. Vamos pedir providência para que venha se demolir o mais rápido possível esse monte de ferro velho”, disse o presidente do CREA-AL.

Veja um trecho da reportagem da TV CREA-AL: 

A ação conjunta que voltou a notificar a União pelas ruínas da antiga sede do TCU faz parte do esforço concentrado das autoridades alagoanas para minimizar os riscos de prédios abandonados, a exemplo de edifícios do INSS e do IBGE, que também foram alvo de abandono e deterioração, no Centro de Maceió.

Titular da Secretaria de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente de Maceió (Sedet), Mac Lira nega que esteja sendo pautado pelo incêndio e desabamento do edifício no Centro de São Paulo, no fim do mês passado. E destaca que, em 2017, foram elaboradas 91 notificações de irregularidades em prédios do Centro de Maceió que desrespeitam a Lei de Manutenção Predial.

“É um prédio emblemático, uma obra de arte feita de aço, mas que jamais poderia ter sido construído ali por causa da maresia, tem alto risco de cair. O prédio é patrimônio da União e tem um prazo de dois anos a partir deste ano para que seja feito algum projeto no local, caso contrário, temos convicção de que a estrutura será desmontada”, disse o secretário Mac Lira.

A Sedet notificou a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), em 2015. E solicitará que o imóvel seja cercado, para evitar riscos a pessoas que resolvam entrar no local, como vem ocorrendo com crianças e adolescentes. (Com informações do Alagoas 24 Horas e CREA-AL)