Aluno que matou dois em Goiânia inspirou-se em Columbine e Realengo
Adolescente sofria bullying em escola e usou arma da polícia
Em coletiva à imprensa na tarde dessa sexta-feira (20), o delegado da Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais da Polícia Civil de Goiás, Luís Gonzaga, comunicou à imprensa que o adolescente de 14 anos que matou dois e feriu quatro a tiros em sua escola, em Goiânia-GO, disse em depoimento que foi motivado por bullying e se inspirou nos ataques às escolas de Columbine (em 1999, nos Estados Unidos), e de Realengo (em 2011, no Rio de Janeiro).
No depoimento, o estudante narrou que tinha intenção de matar apenas o colega autor do bullying contra ele, mas no momento do ataque, sentiu vontade de fazer mais vítimas. Outro estudante da escola disse à imprensa que o autor dos disparos era chamado de fedorento que um colega chegou a levar um desodorante para a escola.
Morreram no local os estudantes João Vitor Gomes e João Pedro Calembo, cujas idades ainda não foram divulgadas. A arma usada no ataque foi uma pistola que pertencia à mãe do adolescente, que é policial militar. Ele disse em depoimento que achou a pistola escondida em um móvel da casa. Nem a mãe nem o pai, que também é policial militar, ensinaram o adolescente a atirar.
Ao retirar a arma da mochila para começar o ataque, ele chegou a efetuar um disparo acidental, mas não se feriu. O adolescente foi apreendido em flagrante delito.
Em abril de 1999, o massacre de Columbine deixou 12 alunos e um professor mortos, nos Estados Unidos. Já a tragédia de Realengo vitimou fatalmente 12 pessoas, na Escola Municipal Tasso da Silveira, em abril de 2011.
AS VÍTIMAS
De acordo com o diretor técnico do Hospital de Urgências de Goiânia, Ricardo Furtado Mendonça, uma menina de 13 anos está em estado grave na UTI do hospital. Ela foi atingida na mão, pescoço e no tórax. A menina passou por procedimento cirúrgico para drenagem de tórax.
A segunda vítima, também uma adolescente de 13 anos, está consciente e respirando sem aparelhos. Ela teve um pulmão perfurando e passou por cirurgia. A terceira vítima é um menino de 13 anos que está consciente, estável e continua em avaliação. A quarta vítima está no Hospital Acidentados e não teve o boletim médico divulgado.
A Polícia Civil continua com a investigação e deve ouvir os professores e coordenadores da escola. (Com informações da Agência Brasil)