Alagoas fecha 26 lixões e combate recorde de lixo irregular
Consórcios iniciam cumprimento da Lei de Resíduos Sólidos
Após quase sete anos de espera, a política nacional de resíduos sólidos avançou, nessa segunda-feira (8), com o anúncio do fim dos lixões em 26 cidades do Estado de Alagoas, que é recordista nacional em volume de lixo descartado em lugares errados. Segundo reportagem da última edição do Jornal Nacional, da Rede Globo, são 95% do lixo sendo destinado incorretamente, em Alagoas. Mas o Estado alega que já destina metade do volume corretamente, apesar de 70% dos municípios ainda manterem lixões.
A formação de consórcios intermunicipais foi a solução encontrada pelos municípios, para garantir a viabilidade financeira de executar as políticas fixadas na Lei de Resíduos Sólidos, em 2010. O avanço é resultado de trabalho conjunto entre a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), os sete consórcios municipais e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).
Além do aterro sanitário de Maceió, o município sertanejo de Olho d’Água das Flores tem um aterro em funcionamento, em sistema de consórcio, o Cigres, que atende 12 municípios, além da própria demanda. E também há centrais de tratamento de resíduos (CTRs) em Pilar e Craíbas.
A técnica da Semarh, Elaine Melo, contesta o título de Estado campeão nacional em destinação incorreta do volume de lixo. "70% dos municípios ainda destinam lixo adequadamente, mas 30% já começaram a destinar adequadamente, inclusive os maiores geradores, como Maceió e Arapiraca. Esse percentual de 95% do volume destinado incorretamente é totalmente equivocado. Se tenho uma média de 2,2 mil toneladas de lixo por dia e Maceió só Maceió faz mil, juntando com Arapiraca, deve dar uns 50% da geração destinada adequadamente", concluiu.
DIFICULDADES FINANCEIRAS
O secretário Alexandre Ayres destacou a atuação dos prefeitos, “pelo trabalho e a vontade política de colocar um ponto final nos lixões, mesmo diante das dificuldades financeiras enfrentadas”. E garantiu que durante o período de atuação na elaboração dos planos intermunicipais, o Governo de Alagoas deu suporte e realizou encontros nos municípios para o planejamento das ações que precisam ser colocadas em prática.
A próxima etapa do processo é, com apoio da AMA, os consórcios começarem a de cumprir as metas estabelecidas no planejamento debatido com prefeituras e sociedade. Hugo Wanderley apelou ao Ministério Público pela definição de fontes de financiamentos, ao discursar para os promotores presentes, Geraldo Majela, José Antônio Malta Marques e Lavínia Fragoso.
“Acabar os lixões é um desejo de todos nós. Não é uma questão de lei, mas sim uma necessidade social”, argumentou.
O ministro do Turismo, Marx Beltrão, lembrou que 15% das viagens feitas hoje no país são vinculadas ao ecoturismo disse que o fim dos lixões e a destinação adequada aos resíduos sólidos é o ambiente ideal para que a cidade também promova e ganhe com o turismo.
O representante do Ministério do Meio Ambiente, Eduardo Santos, reconheceu o avanço para os municípios alagoanos que é ter os planos prontos e garantiu que, num universo de 5.570 municípios, esse trabalho significa sair na frente e demonstrar interesse em contribuir através da sustentabilidade para um meio ambiente melhor.
Representando os consórcios Conagreste, Cigres, Conorte, Crerssal, Conisul, Corszam e o Metropolitano, o prefeito de Olho D’Água das Flores, Carlos André dos Anjos, o Nem de Humberto (PR), disse que agora, a população, geradores de resíduos e comerciantes também precisam ser parceiros do poder público para reduzir a grande quantidade de resíduos nas ruas e promover sua disposição final.
“São anos de luta e trabalho. Sabemos a importância do tratamento correto do lixo para a comunidade e vamos nos empenhar nos processos de educação para cumprir o que nos propomos fazer”, disse o presidente do Cigres. (Com informações da Comunicação da AMA)