Advogado de Maluf usa morte na Papuda para insistir em prisão domiciliar

Defesa questiona se Papuda tem estrutura para dar assistência ao deputado

Um detento do Centro de Detenção Provisória da Papuda morreu no último domingo (31) após sofrer uma parada cardíaca. O homem passou mal em sua cela e recebeu os primeiros socorros dos agentes penitenciários enquanto uma equipe de atendimento não chegava ao local.

Os agentes penitenciários afirmaram que o Corpo de Bombeiros chegou na Papuda sem aparelho desfibrilador, mas a Secretaria de Segurança Pública negou a informação. Segundo o governo do Distrito Federal, todos os procedimentos foram tomados pela equipe de atendimento que compareceu à unidade e que a viatura contava com o equipamento de reanimação.

O advogado do deputado Paulo Maluf, Antônio Carlos de Almeida Castro – o Kakay – usou a morte na Papuda para insistir na prisão domiciliar de Maluf, que está preso no complexo desde o dia 20 de dezembro.

Segundo o advogado, o ocorrido contradiz a informação da direção de que há condições necessárias na Papuda para atender o deputado, que tem câncer de próstata, sofre de problemas cardíacos e de problemas de mobilidade.

“A informação que chegou diz que fizeram massagem cardíaca mais de 1 hora esperando o socorro, que não chegou. Como não tinha ambulância disponível tiveram que chamar os bombeiros, que chegaram tarde e sem os equipamentos necessários. Não quero nem imaginar se acontecer algo que exija um tratamento urgente.”

Paulo Maluf, condenado por lavagem de dinheiro a sete anos e nove meses em regime fechado, se entregou à Polícia após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin expedir mandado de prisão contra o deputado.

A pedido da defesa, Maluf passou por perícia médica oficial para avaliar se o deputado pode cumprir prisão domiciliar humanitária por ter 86 anos e problemas de saúde. Segundo o laudo emitido pelo Instituto Médico Legal (IML) do Distrito Federal, Maluf tem doença grave e permanente, mas o tratamento pode ser feito no presídio desde que tenha acompanhamento ambulatorial especializado.