Canal do Sertão é a revolução da água no interior de Alagoas
Canal do Sertão já começa a mudar a realidade dos agricultores da região
?A dificuldade era grande… foram dois anos de seca que me fizeram vender o gado e parar de produzir?. Esse é o depoimento do agricultor Cícero de Barros de Souza, da zona rural de Olho d?Água do Casado, que começa a deixar para trás essa triste realidade e renovar as esperanças, pois já está sendo beneficiado pelo Canal do Sertão.
Pai de sete filhos, durante a seca, Cícero contava apenas com o pouco que faturava numa mercearia que tem no mercado de Delmiro Gouveia para garantir o sustento da família. Porém, num levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Agrário, o agricultor aceitou o desafio de implantar a Unidade Demonstrativa de Forrageiras Irrigadas e hoje, depois de cerca de 120 dias após a implantação, já começa a colher bons resultados.
?Já consigo perceber os frutos de ter aceitado esse desafio. Já fiz uma venda de R$ 1.500 de capim e já tenho outra venda, prevista para este mês?, conta, animado, o produtor. ?Ter água para produzir já me dá mais esperanças, e a orientação dos técnicos da Seagri me fez ver que posso produzir mais coisas e, além de gerar renda, tiro da própria terra o sustento da minha família e o alimento para meus animais?.
Agora, na propriedade, há criação de galinhas e cultivo de capim cameron, cana-de-açúcar, milho transgênico, palma forrageira e sorgo. Além disso, ele já começa a planejar a compra de gado para fortalecer a produção. De acordo com o superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da Seagri e idealizador do projeto, Hibernon Cavalcante, a implantação é simples.
?Instala-se uma caixa d?água na propriedade, e a água vem do Canal do Sertão, em coluna d?água, sobe uma altura de três metros e enche a caixa e daí segue para irrigação, que, com a declividade, é distribuída por gotejamento pela propriedade?, explicou Cavalcante. ?Um sistema simples e barato que faz toda a diferença?.
Aproveitando a água do Canal do Sertão, Cícero de Barros de Souza também já instalou uma unidade de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (Pais), onde produz hortaliças e cria galinhas.
?O Canal do Sertão já está mudando para melhor a nossa qualidade de vida e vai mudar ainda mais. A gente já consome e já comercializa os ovos e o frango. Já temos 60 aves e daqui a duas semanas já estamos aumentando a produção com a postura de algumas?, complementou Edineide Ribeiro de Souza, mulher de Cícero.