Barros: Lula tem de agradecer ao STF, que o deixou ser candidato, e ao TSE, que o favoreceu
Líder do governo na Câmara é um crítico do ativismo político no STF e TSE
O deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara. afirmou neste sábado (5), em entrevista ao programa Jornal Gente, da Rádio que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “terá de agradecer todos os dias ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o deixou ser candidato”, soltando-o, e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o favoreceu “explicitamente”, durante a campanha eleitoral.
O parlamentar tem sido um crítico do comportamento que classifica “ativista” dos ministros do STF e do TSE e acha que o Congresso deveria discutir formas de conter o viés legislador dessas cortes, para além de decisões que extrapolam suas competências e ignoram a Constituição, como restringir o exercício de liberdade de expressão dos cidadãos.
Apesar disso, Ricardo Barros não acredita que o Congresso adote qualquer medida nem vote alterações na Constituição que imponha limites ao comportamento de integrante do STF e do TSE, em razão da dívida do futuro governo em relação a esses magistrados.
Ele acha, por exemplo, que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por suas ligações aos ministros, jamais deixará prosperar qualquer dos inúmeros pedidos de impeachment de ministros do STF como Alexandre Moraes, o recordista em requerimentos desse tipo.
Primeiro parlamentar importante ligado ao presidente Jair Bolsonaro (PL) a reconhecer a vitória de Lula, Ricardo Barros acha que não será fácil a articulação do futuro presidente para a formação de uma base governista no Congresso.
O experiente parlamentar, o mais antigo em atividade, observa que o País se dividiu nas últimas eleições a tal ponto que um deputado eleito por integrar o movimento de apoio a Bolsonaro não será perdoado se aderir ao novo governo. “Ele não poderá circular nas ruas de sua cidade”, disse.
Barros considera também que a base de apoio ao atual governo no Congresso apoiará medidas que viabilizem a continuação do pagamento de R$600 do Auxílio Brasil, “até porque esse era um compromisso também do presidente Bolsonaro”, mas as demais pretensões enfrentarão dificuldades de aprovação.
O deputado Ricardo Barros foi entrevistado no Jornal Gente da Rádio Bandeirantes pelos jornalistas Agostinho Teixeira e Cláudio Humberto.