Diante de derrota iminente, Renan retira a candidatura à presidência do Senado

Entulho lulista sai de cena com a derrota de emedebista

Em um discurso inflamado, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) anunciou a retirada de sua candidatura à presidência do Senado quando percebeu que estava diante de sua iminente derrota, talvez por uma votação humilhante. Mas ele preferiu procurar “culpados” nos adversários. “Se eles podem tudo, sou eu que vou ser contra a Constituição? Não sou candidato, para defender a democracia e o interesse do Brasil”, disse, enigmático, após comandar uma arruaça na sessão de sexta-feira (1º), impedindo a votação sob coação física, tentativa de agressão e a presepada protagonizada pela senadora Kátia Abreu (MDB-TO). Com a derrota de Renan, o Senado remove o entulho lulista que mantinha posições de comando.

O estopim foi a decisão da bancada do PSDB de mostrar a cédula de votação na segunda votação. Renan alimentava a esperança de ter votos nessa bancada. O processo de votação continua em curso, por ora, mas há pedidos de que haja uma terceira votação, já que senadores já havia votado.

“Não há mais objeto da eleição”, disse o senador alagoano, no discurso em que acusou os adversários de fazer uma eleição antidemocrática.

“Flavio Bolsonaro acabou, diferentemente do que fez na votação anterior, abriu o voto, seu presidente! Este processo não é democrático”, disse Renan. “Esse Davi não é um Davi, é um Golias”, vociferou Renan, inconformado com a derrocada, dizendo que o próximo presidente do Senado é Davi Alcolumbre (DEM-AP).

“Tudo o que havia na primeira votação poderia ter acontecido na segunda. O que não podia era o PSDB, na segunda, abrir o voto” afirmou o alagoano, dizendo que tinha 4 votos na legenda.

Renan foi vaiado durante seu discurso. Ele saiu do plenário do meio da votação, sem falar com a imprensa. Com a renúncia de Renan, são cinco senadores que concorrem à Presidência do Senado: Ângelo Coronel (PSD-BA), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Espiridião Amin (PP-SC), Fernando Collor (Pros-AL), e Reguffe (sem partido-DF).