Pesquisas dão vexame em Teresina e senador aponta ‘picaretagem’
Seis institutos, incluindo Quaest, apontavam vitória de petista, mas Silvio Mendes (União) venceu no 1º turno
O prefeito eleito em Teresina (PI) no primeiro turno, Silvio Mendes (União Brasil), não derrotou apenas seu adversário Fábio Novo (PT) e a poderosa máquina eleitoral do governo estadual petista, chefiada pelo governador Rafael Fonteles; ele teve de derrotar também as pesquisas eleitorais indicando sua derrota no domingo (6). Mendes, porém, foi eleito com 52,19% dos votos.
A vontade do eleitor desmentiu meia dúzia de pesquisas que indicavam a vitória do petista Novo, em uma “coincidência” que merece investigação ordenada pela Justiça Eleitoral, que se diz tão comprometida com a lisura do processo.
Em artigo reproduzido no Diário do Poder, o jornalista piauiense Zózimo Tavares considera que, para além do governador Fonteles, os os principais derrotados em Teresina foram os institutos de pesquisa, “que chegaram a dar vitória do candidato do PT no primeiro turno com 14% de vantagem.” Para o arguto analista político, “os contratantes estão no direito de pedir seu dinheiro de volta.”
Os números do vexame
Ainda no sábado (5), a poucas horas da votação, quatro institutos apontavam a derrota de Mendes e a vitória do petista, todos apresentando números que costumam favorecer quem lidera esse tipo de levantamento, podendo ajudar a criar uma onda de “já ganhou” que inibe muitos eleitores, do tipo que, para “não perder” o voto, desiste do seu candidato previamente “derrotado” nas pesquisas.
Outros instituto que garantia a vitória petista na véspera da eleição foi o IPPI, apresentando números bem semelhantes àqueles do Opinar: “52,28%” a “42,35”. Um Data Maxa se juntou à turma do “já ganhou” petista, assegurando que Fábio Novo teria “51,57% e Silvio Mendes “43,86%.
Antes dessa turma, outros dois institutos pagaram mico idêntico. Em 29 de setembro, o Consulte cravou “51,10%” a “43,78%” contra o candidato que seria o prefeito eleito em primeiro turno, enquanto um outro, de nome Credibilidade, disparava contra o próprio pé e seu nome, não deixando dúvidas quanto ao favoritismo do candidato bancado pelo governador petista do Piauí: “52,21%” a “39,59%”.
‘Prova de picaretagem’
Além de transformados em motivo de galhofa, os institutos que divulgaram pesquisas amplamente desmentidas pelas urnas também foram alvo de críticas do presidente nacional do Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira (PI).
“Isso é a maior prova de que se faz necessária uma profunda investigação na picaretagem dos institutos de pesquisa”, diz Nogueira, mostrando o quadro comparativo do falhanço das pesquisas (acima) divulgado pelo site de notícias CidadeVerde.com.
“O que aconteceu em Teresina pode servir de exemplo para não se repetir no resto do Brasil”, diz o político.