Estatais federais gastam dezenas de bilhões em penduricalhos a funcionários

Estudo do governo revela detalhes dos muitos benefícios bancados pelo contribuinte; de 14º salário a auxílio babá

Relatório apresentado na segunda-feira (1º) pelo Ministério da Economia revela que além de salários milionários, as 46 empresas estatais controladas pelo governo federal distribuem aos seus funcionários bilhões em “benefícios” todos os anos. Levando em conta apenas planos de saúde exclusivo a empregados das estatais, são mais de R$ 10 bilhões por ano.

É o caso da Petrobras, por exemplo. Só na estatal do petróleo são 52 tipos diferentes de benefícios pagos a diversas classes de funcionários. Aqueles admitidos até agosto de 1995, ainda são contemplados com um 14º salário todos os anos.

O “Relatório de Benefícios das Empresas Estatais Federais” da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais da Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia detalha as despesas das empresas e também faz parte de uma série de estudos preliminares que o governo desenvolve antes de realizar as privatizações.

A Petrobras banca cinco planos de benefícios previdenciários complementares para 121 mil empregados que custaram R$4,4 bilhões aos cofres da estatal em 2019. Já com o “Benefício de Assistência à Saúde (BAS)”, que atende mais de 107 mil funcionários, mas se estende a mais de 158 mil familiares, custa R$ 2,2 bilhões por ano.

A Caixa Econômica Federal banca com quase R$ 1 bilhão por ano os planos complementares de previdência para cerca de 154 mil funcionários, além de também pagar R$ 1,6 bilhão por com assistência à saúde. Além do auxílio alimentação, o banco estatal paga também 13 cestas alimentação por ano, que custam somados R$ 1,4 mil por mês para cada um dos funcionários. A média salarial na Caixa é de R$ 10 mil e o maior salário é de quase R$ 50 mil.

No Banco do Brasil não é diferente: há auxílio babá, 13 cestas alimentação, além de cinco faltas abonadas por ano. A despesa do banco controlado pelo governo com o BAS é de R$ 2,3 bilhões por ano. O BB também assegura, por exemplo, a cessão de 180 dirigentes sindicais que são empregados, mas com ônus para a empresa.

O relatório lista também o bônus de R$ 1,2 mil pagos a funcionários do BNDES por cada filho menor de 18 de anos a título de “assistência educação”. O salário médio no banco de desenvolvimento é de quase R$ 30 mil.