CPI volta a ouvir o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta terça-feira

Comissão também deve aprovar requerimentos para chamar possíveis integrantes do ‘gabinete paralelo’, como o deputado federal Osmar Terra e o médico Paolo Zanotto

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, dopõe nesta terça-feira, 8, à CPI da Pandemia, pela segunda vez. O depoimento marcado para às 9h.

Apesar de já ter prestado depoimento ao colegiado, o titular da pasta foi reconvocado porque parte dos senadores acredita que ele mentiu e omitiu informações quando foi ouvido no dia 6 de maio. Além disso, o depoimento foi antecipado devido à decisão do Brasil de sediar a Copa América. Para a maioria dos senadores da CPI entende que Queiroga foi omisso ao aceitar a realização do torneio no país.

Para o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), o episódio da é mais um sinal da falta de autonomia do ministro da Saúde.

— Esse episódio da Copa América, em que ele se calou como Ministro da Saúde e preferiu ser ministro do silêncio, demonstrou, de uma outra forma, que a autonomia realmente não existe”, apontou Renan.

O ministro da Saúde também deve ser abordado sobre uma suposta falta de autonomia e sobre a possível existência de um gabinete paralelo ao qual o presidente Jair Bolsonaro daria preferência ao invés do próprio Ministério.

“Existe um gabinete negacionista, um grupo que continua impedindo que os melhores quadros da ciência brasileira possam contribuir no enfrentamento à pandemia”, apontou o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Requerimentos

A comissão deve votar na sessão de hoje requerimentos para convocar e quebrar sigilos de supostos integrantes do grupo de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro. Os parlamentares querem ouvir o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) e o médico Paolo Zanotto. Em setembro do ano passado, eles participaram de um encontro no Palácio do Planalto em que o “gabinete paralelo” defendeu o uso de cloroquina como tratamento contra a covid-19 e pôs em dúvida a eficácia das vacinas contra o coronavírus.

O vice-presidente a CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirma que imagens divulgadas pela imprensa “apontam Osmar Terra como mentor intelectual do grupo”.

Segundo o vice-presidente da CPI, “parece haver certa intimidade entre o médico e o presidente Bolsonaro”. “Paolo Zanotto orienta o presidente a tomar ‘extremo cuidado’ com as vacinas contra a covid-19”, destaca o parlamentar.

Além dos depoimentos, a CPI da Pandemia pode quebrar os sigilos telefônico e telemático de dois supostos integrantes do “gabinete paralelo”: o empresário Carlos Wizard e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente da República. Os requerimentos são do senador Alessandro Vieira.

De acordo com o parlamentar, Wizard deve ser ouvido para esclarecer a suspeita de que seria um dos financiadores do “ministério paralelo da saúde”. O parlamentar quer apurar ainda se “houve acréscimo no patrimônio” de Carlos Bolsonaro, que — segundo Alessandro Vieira — foi “chamado a participar e opinar em decisões que devem ser tomadas pelo governo federal”.

(Com informações da Agência Senado)