CPI tem bate-boca antes do depoimento de ex-número 2 da Saúde

A confusão começou quando Marcos Rogério questionava requerimento de Otto Alencar e o chamou de covarde

O coronel Antônio Elcio Franco Filho, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde durante a gestão de Eduardo Pazuello, presta depoimento neste momento à CPI da Pandemia, realizada no Senado Federal.

Ele atuou na pasta entre junho de 2020 e março de 2021. O ministério da Saúde só apresentou plano de imunização em dezembro, após determinação da Justiça.

O militar deve ser questionado pelos senadores sobre compras e distribuição de insumos necessários ao enfrentamento da pandemia. Elcio também terá de dar explicações sobre as negociações para a aquisição de vacinas – e, mais especificamente, sobre o fato de o governo ter ignorado mensagens e se recusado a assinar contrato com a Pfizer para receber um grande lote de vacinas já no ano passado.

De acordo com o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, Franco tratou diretamente com a farmacêutica durante as ofertas feitas – e recusadas – pelo governo ainda em 2020.

Bate-boca

Ainda antes do depoimento do braço direito de Pazuello, os senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Otto Alencar (PSD-BA) se envolveram em um bate-boca com xingamentos. A transmissão da TV Senado chegou a cortar o áudio ambiente.

A confusão começou quando Marcos Rogério questionava requerimento de Otto Alencar para convocar a diretora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Francieli Fortunato, para acareação com a médica Luana Araújo, para esclarecimentos sobre a vacinação de gestantes. O requerimento foi aprovado no início da sessão.

O parlamentar do DEM votou contra o requerimento apresentado por Alencar, que afirmou que os governistas são contra a investigação de mortes de parturientes. “Não seja covarde”, reagiu o vice-líder do governo no Senado. O senador baiano então se levantou e com dedos em riste se dirigiu a Rogério, quando foi cortado o áudio da transmissão. Otto foi acalmado pelo presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM).

Sigilos

A CPI aprovou ainda a reclassificação de documentos sigilosos para dar transparência aos dados recebidos pela comissão. O relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL) explicou que a ideia é “reclassificarmos os sigilos e deixar com sigilo aquilo que a lei estabelece”, como o que trata de informações bancárias, fiscais, assuntos de segurança nacional e de interesse do estado brasileiro.

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