Apoiadores de Bolsonaro brigam com manifestantes a favor de Moro

Manifesto teve momentos de tensão entre grupos e contra a imprensa em dia de depoimento do ex-ministro da Justiça

Dezenas de manifestantes estão aglomerados em frente à Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba,  desde o início da manhã deste sábado, 2. Há grupos a favor do ex-ministro da Justiça Sergio Moro e também a favor do presidente Jair Bolsonaro. Eles estão reunidos com faixas, cartazes, carro de som e gritam palavras de ordem. Houve momentos de confronto entre os grupos.

O depoimento de Moro, que devia ter começado no final da manhã, foi adiado para às 14h, por questão de segurança, de acordo com fontes na PF. O ex-ministro acusa Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal por motivos políticos, além de tentar obter acesso a relatórios de inteligência.

Manifestantes de ambos os lados vestem camisas verde e amarela e empunham bandeiras do Brasil. Houve princípio de confusão, com empurrões, gritos e aglomerações.

Durante a manhã, um homem que apoia o presidente Jair Bolsonaro agrediu um repórter de uma emissora de TV e tentou destruir equipamentos de equipes de reportagem. A Polícia Militar do Paraná interviu rapidamente e fez um cordão de isolamento entre jornalistas e manifestantes, obrigando os militantes a se afastarem da entrada da PF.

“Com tantos crimes maiores, porque ele quis se voltar contra o presidente e sua família?”, gritavam do carro de som contra Moro.

Militantes tomavam o microfone e chamavam Moro de “Judas”, “rato”,  e chegaram a falar que “a biografia do Moro deveria ser jogada na privada”, entre outros xingamentos. “Porque não investigava quem tentou matar o presidente?”, gritavam.

Com Moro já no interior da sede, cobraram sua presença. “Não teve dignidade de vir dar oi para as duas únicas pessoas que estão aqui defendendo, pois todas outras estão com o presidente”, disse uma manifestante.

Cerca de cinco apoiadores de Moro levavam faixas de apoio, lembrando do trabalho do ex-juiz no âmbito da Operação Lava Jato.