Além de estatais, governo quer conceder parques nacionais e presídios à iniciativa privada

Lista inclui Lençóis Maranhenses e Jericoacoara; nove empresas estatais serão privatizadas

O governo federal anunciou nesta quarta-feira, 21, um plano para privatizar nove empresas estatais. O escopo de projetos que deseja conceder à iniciativa privada inclui também presídios e parques nacionais, como Lençóis Maranhenses e Jericoacoara, segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Onyx detalhou, em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto, o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que inclui projetos em andamento e iniciativas qualificadas após reunião realizada nesta quarta. Há estudos para privatizar Telebras, Porto de Santos, Dataprev, Serpro, Emgea, Ceitec, Ceagesp e os Correios, assim como a venda de participação da União no Banco do Brasil que excedam o controle acionário. A intenção é vender até 20,8 milhões de papéis do banco sem prejuízo à posição de controlador, segundo o governo.

Na noite de terça, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que pelo menos 17 estatais devem ser privatizadas neste ano. Dentre as empresas, seis já estão qualificadas pelo PPI desde a gestão do ex-presidente Michel Temer, entre elas Eletrobras, Casa da Moeda e Lotex. A qualificação depende da viabilidade econômica dos projetos.

Boa parte dessas estatais é deficitária e não oferece atrativos. No caso dos Correios, a receita gerada pela entrega de correspondências está em franca decadência. O negócio da companhia é a entrega de mercadorias, negócio de que o governo ainda não tem certeza se deve repassar para a iniciativa porque é lucrativo.

A Telebras, que também acumula prejuízos, ganhou fôlego com o lançamento de um satélite cuja capacidade é dividida com o Ministério da Defesa. Dificilmente esse ativo seria privatizado porque o governo conta com ele para levar adiante um programa de internet em locais de difícil acesso.

Conhecida como raspadinha, a Lotex tenta ser vendida desde 2018. Primeiro, o governo esperava vender esse monopólio (só a União pode explorar loterias) por R$ 1,4 bilhão. Depois de aprofundar os estudos, a equipe econômica percebeu que não haveria interessados, reformulou as regras, baixou a previsão de receita para R$ 600 milhões e, mesmo assim, não apareceu interessado no leilão. (Com informações da Folhapress)