O aumento crescente dos preços nos supermercados, do combustível e nas contas de água, luz e gás estão provocando um rombo nas contas domésticas de todos nós, brasileiros. A inflação está piorando dia após dia. Não quero aqui engrossar o coro das previsões pessimistas, porém, precisamos estar cientes do entorno econômico desfavorável que enfrentamos. Cada um tenta escapar à sua maneira da avalanche de reajustes que estão encolhendo nosso orçamento todo mês.
A alta dos preços dos alimentos é o fator que está provocando maior impacto no bolso do brasileiro. Foi o que li no levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, divulgado nesta semana. Quase a metade dos entrevistados apontaram os reajustes nos supermercados como principal preocupação.
A carne vermelha virou artigo de luxo na mesa da maioria das famílias: subiu 30,7% em 12 meses, segundo o IBGE. E o dado mais impressionante: vamos fechar o ano com o menor consumo de carne bovina no Brasil nos últimos 26 anos.
O preço está proibitivo para os 14,1 milhões de desempregados e até para os que estão no mercado de trabalho.
A crise está sendo cruel com as famílias de menor poder aquisitivo, forçadas a buscar substitutos para a carne, como pé, pescoço e miolos de galinha. Sem falar na triste e chocante cena das famílias formando filas para conseguir doações de ossos descartados em açougues.
E o cerco fecha em todas as direções.
Neste ano, a inflação está sendo puxada, de acordo com a análise das autoridades econômicas, pelo aumento dos preços da energia, resultado da crise hídrica. A gasolina continua subindo, apesar da quase estabilidade do preço do combustível a nível internacional.
Na outra ponta, os juros ficam mais salgados, encarecem o crediário e as parcelas de quem precisa tomar dinheiro emprestado.
Já ouvi todo tipo de análise de economistas sobre presente e futuro, especialistas sugerindo medidas para combater o agravamento da fome no Brasil e deputados defendendo programas para gerar renda e emprego, estimular a agricultura familiar e recursos para a assistência social. Tenho acompanhado todas as vertentes da situação e a conclusão me parece óbvia. Só uma somatória de esforços pode amenizar esse cenário. E as decisões precisam ser rápidas. Menos teoria e mais prática é o que o momento exige. Como cidadãos comuns não temos poder de interferência direta no poder público para tomada de decisões, mas podemos sim fazer a nossa parte fiscalizando e cobrando ações dos nossos representantes em todas as esferas de poder. Somente a união de amplas forças políticas, econômicas e sociais pode nos tirar desse sufoco. Essa fórmula sempre foi válida, mas hoje mais do que nunca. “Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros.” Filipenses 2:4.