Vivemos tempos em que exercer a liberdade de expressão beira o cancelamento. A defesa da família tradicional, com seus atuais direitos e deveres, é um dos temas mais delicados de se abordar diante do radicalismo que domina as mídias sociais.

O patrulhamento ideológico transforma qualquer comentário numa espécie de linchamento moral e profissional. Basta analisarmos o que aconteceu com o atleta Maurício Souza, medalhista de ouro da seleção olímpica brasileira de vôlei.

O desdobramento do caso envolvendo uma declaração do jogador deixou milhões de brasileiros perplexos. Ele foi vítima de julgamento popular e chegou a ser demitido do Minas Tênis Clube.

Foi taxado de homofóbico e infrator de um tipo de código de regras que está sendo construído pela patrulha da internet.

Não considerar legal a ideia do Superman gay teria sido um crime. Aquele Super Homem que desde a nossa infância teve características do personagem protetor, másculo, daquele cara do bem.

Não concordar em modificar o que sempre esteve no nosso imaginário teria sido interpretada como uma falta imperdoável.

Ele estava defendendo suas posições e seu direito à liberdade de expressão, mas o respeito à opinião alheia é seletivo, nestes tempos modernos.

Prefiro não entrar no mérito das outras declarações do jogador, mas gostaria aqui de me concentrar em alertar sobre a gravidade que nos envolve.

Estamos sendo tolhidos de emitir opiniões, críticas, sugestões. Alguns temas estão virando tabus, assuntos que sequer podem ser debatidos, como as relações homossexuais, bissexuais e afins.

Se existe a militância em torno dessas bandeiras porque não pode haver o outro lado, o nosso lado que defende os valores da família tradicional?

Há que ter extremo cuidado com o que se condena.

Todos têm direito assegurado de propagar o que pensam.

Família, religião, cidadania. Tenho as minhas convicções sobre esse tripé , como evangélica que sou, como descendente de uma família que está na vida pública há anos, como advogada que não abre mão de direitos e deveres.

Não me posiciono na desconstrução ou desqualificação dessas outras bandeiras que não se enquadram nos padrões hegemônicos de gênero, porém, quero ter a minha voz assegurada em alto e bom som na defesa dos conceitos que acredito e pratico.

Discordar do cancelamento de Maurício Souza não significa estimular o preconceito, mas defender espaço para que todos possam expressar o que sentem. Nem que para isso seja necessário combater de todas as formas os métodos de tirania dos que querem calar quem pensa diferente.

Queremos dar opinião sobre tudo e queremos respeito.

Neste espaço tenho a grata oportunidade de poder fazer isso. E com toda a certeza estou sendo a porta-voz de milhões de brasileiros. “A língua tem poder sobre a vida e sobre a morte; os que a usam habilmente serão recompensados. Provérbios 18:21.”