Nós, que moramos no Rio Grande do Sul, sabemos bem as consequências trágicas da crise climática. Esperamos que a catástrofe que se abateu sobre nós, destruindo o estado, possa servir de alerta para todo o planeta.

As pessoas, em todo o mundo, que, desde 1950 até os dias atuais, ocuparam cargos públicos, ou como parlamentares ou como funcionários qualificados dos executivos e nada fizeram para a proteção e o uso inteligente do meio ambiente, são culpados pelas mortes e destruições que estão acontecendo hoje, em decorrência da crise ambiental e do aquecimento da atmosfera. Devem ser julgados. Nós, os eleitores que elegemos essas pessoas, também somos culpados pelo o que está acontecendo: votamos muito mal.

Essa turma não pode se defender dizendo que não sabiam o que estava acontecendo ou iria acontecer. Cientistas, de todo o planeta, começaram a alertar para a questão desde a década dos anos de 1950, quando ainda era possível tomar providências para que não acontecesse o que está ocorrendo hoje: a tragédia ambiental.

Esses fenômenos “atípicos” são o resultado da omissão ou do aproveitamento irresponsável e criminoso do meio ambiente, para a satisfação dos interesses mesquinhos e egoístas de grupos econômicos. O que vale não são as vidas perdidas, as casas, as plantações, as florestas, mares e rios. O que vale é o lucro dos donos do poder político e econômico.

Os Parlamentos devem aprovar, imediatamente, Leis severas que implicarão em restrições aos estilos de vida consumistas e determinações para o reflorestamento, imediato, das imensas áreas devastadas no último século, em todos os continentes, bem como a despoluição dos mares e rios, além das medidas necessárias para diminuir o aquecimento da atmosfera. Assim procedendo, talvez, com a cooperação consciente de todos, possamos salvar a humanidade da tragédia da escassez de água potável e de alimentos, que já começam a se apresentar.

As providencias regenerativas da natureza violentada, levarão décadas para começar a produzir os efeitos esperados, em decorrência da extensão da destruição a que “mãe terra” foi submetida.

A Humanidade inteira corre o risco de desaparecer, nas próximas décadas, se nada for feito agora, como de fato nada está sendo realizado na escala e na radicalidade que se fazem necessárias.

Eurico de Andrade Neves Borba, 83, ex-professor da PUC RIO,  ex- Presidente do IBGE, é membro do Centro Alceu Amoroso Lima pela Liberdade, mora em Ana Rech, Caxias do Sul, RS. eanbrs@uol.com.br