Em meio à severa seca que atinge o país, o governo Lula debate a volta do horário de verão para economizar energia e compensar a baixa dos reservatórios das usinas hidrelétricas.
Caso siga esse caminho, o Brasil estará indo na contramão de boa parte do mundo.
Nos últimos anos, várias nações abandonaram a medida, iniciada na Alemanha em 1916.
Hoje, no Hemisfério Sul, apenas o Chile, Paraguai, Nova Zelândia, Fiji e partes da Austrália continuam persistindo no horário de verão.
Vários países, como o Argentina, Tunísia, Egito, Turquia, Rússia e Armênia, decidiram abandonar as mudanças.
Na França, uma consulta no início de 2019 recebeu mais de dois milhões de respostas, na sua maioria (83,74%) a favor da extinção da mudança horária.
Mais de 60% dos participantes afirmaram ter tido “uma experiência negativa ou muito negativa”.
Em nações da Europa e da América do Norte, onde a troca ainda persiste, a medida normalmente é apontada como impopular em pesquisas.
Na enquete europeia, os poloneses mostraram maior oposição à continuidade do horário de verão, no percentual de 84% daqueles que não querem mais adiantar seus relógios
No Brasil, tais discussões anuais sobre a eficácia da medida eram comuns até 2019, quando o horário de verão foi extinto, no primeiro ano do governo Jair Bolsonaro.
O principal argumento a favor da mudança da hora tem sido a poupança de energia.
Mas vários estudos sobre o assunto mostram economias “modestas” de energia, segundo a Agência de Meio Ambiente e Gestão de Energia (Ademe).
Estudo técnico da mesma agencia concluiu que o horário de verão leva a maior consumo de energia elétrica no período da manhã, notadamente com pico às 6h (equivalente às 5h no inverno).
A Associação Contra a Dupla Hora de Verão faz campanha contra a mudança de horário citando, entre outros motivos, pelo “aumento de acidentes de trânsito”.
nálise de Universidade escocesa demonstra que esse aumento de acidentes rodoviários é devido a distúrbios do sono”.
O “New England Journal of Medicine” encontrou “um aumento estatisticamente significativo no risco de ataque cardíaco”, na semana seguinte à mudança de horário.
A Comissão Europeia acolheu a conclusão, de que “a saúde pode ser afetada pela alteração do biorritmo do corpo, com possíveis distúrbios do sono e do humor.
Como se vê predominam os argumentos contrários.
Espera-se que o governo brasileiro não opte pelo retorno do horário de verão.