A velha história de promessas que não se realizam mais uma vez carimba o discurso do governo Lula. Ao divulgar com pompa e circunstância o programa Pé-de-Meia, que concederia um auxílio financeiro aos estudantes do ensino médio para evitar a evasão escolar, o programa sequer começou e já não se realizará conforme o prometido.
Para equilibrar suas contas, o governo vai cortar R$ 500 milhões do programa que equivalem a 75% do total que seria destinado ao Pé-de-Meia. Ou seja, vai ter que meter a viola no saco e cantar noutra freguesia porque na Educação não vai dar. O corte é um reflexo direto da falta de compromisso com a educação, demonstrando que, para o governo, as palavras são apenas ferramentas de manipulação política, desconectadas de ações concretas e eficazes.
A retirada desse montante do programa reduzirá significativamente os benefícios prometidos aos estudantes, tornando impossível atender cerca de 54 mil beneficiários. Enquanto o presidente dizia que não faltariam recursos para o programa, a realidade fiscal do país contava uma outra história com a explosão da dívida e dos gastos irresponsáveis que só aumentam.
Mas o Pé-de-Meia é apenas um dos afetados, o corte na Educação será de R$ 1,3 bilhão e afetará o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em institutos federais, universidades, educação básica e hospitais universitários. O contingenciamento adicional de R$ 239,7 milhões afeta diretamente o apoio ao desenvolvimento da educação básica, outro programa de grande importância para o futuro educacional do país.
Nesse contexto, é fácil perceber que o governo atual enfrenta uma crise de confiabilidade. As constantes divergências entre as promessas feitas e as ações efetivamente implementadas minam a confiança da população e dos setores mais afetados.
É evidente que a administração Lula não possui uma estratégia clara para lidar com a situação fiscal sem sacrificar áreas vitais como a educação. As consequências desse descompasso serão sentidas não apenas pelos milhões de estudantes que dependem do Pé-de-Meia, mas por toda a sociedade que, em última instância, sofrerá os impactos de uma educação precarizada.
O bloqueio de verbas do Pé-de-Meia é um tiro no pé para um governo que tenta a todo custo manter a popularidade entre os jovens. Enquanto Lula, com seus discursos inflamados, exalta a educação como um investimento, as suas ações revelam apenas mais um engodo. O Pé-de-Meia furou.
Izalci Lucas é senador da República pelo PL-DF