O verdadeiro herói da nunca suficientemente exaltada Operação Lava Jato, ao contrário do que se imagina, não é o ex-juiz e hoje deplorado ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. O verdadeiro herói da Lava Jato foi e continua sendo o perseverante delegado federal Gerson Machado, de início lotado na Delegacia da Polícia Federal em Londrina, Paraná. Para se constatar a veracidade do enunciado, basta o leitor abrir as páginas do Google e ver os depoimentos e as entrevistas televisivas em que o delegado do
Londrina e tratado como precursor da Operação Lava Jato – o que o levou, mais tarde, à rua da amargura (coisa comum no Brasil).
De fato, o delegado Gerson Machado pode e deve ser definido como o típico “low profile”, policial discreto que foi subestimado ou quando não ignorado pela mídia amestrada.
Deu-se o seguinte: em 2005, o delegado Gerson Machado estava em Brasília acompanhando um seminário sobre crimes contra a ordem financeira e sobre lavagem de dinheiro quando foi convocado pelo Ministério Público Federal do Paraná para dar uma examinada nos rescaldos do rumoroso Caso Banestado em pauta na época do primeiro mandato de FHC, um escândalo que embutia rombo de mais de R$ 520 milhões nos cofres públicos do Paraná.
O delegado não mediu esforços. Cascavilhando em Brasília descobriu que o doleiro Youssef, envolvido até os ossos no escândalo do Banestado, era dono de um posto de gasolina nos arredores da Torre central, onde também funcionava uma casa de câmbio de sua propriedade.
Então, ele aprofundou as investigações e desconfiou das declarações prestadas pelo doleiro ao MPF do Paraná – declarações que resultaram, curiosamente, em apressado acordo de delação premiada no qual o doleiro Youssef foi deixado livre, leve e solto para cometer novos crimes.
Mais tarde, o delegado de Londrina passou a interrogar pacientemente o doleiro e concluiu que ele tinha amealhado mais dinheiro do que o declarado no seu acordo de delação premiada junto ao MPF do Paraná – acordo, de resto, homologado pelo então titular da 2ª Vara Federal de Curitiba, juiz Sérgio Moro.
No interrogatório, o próprio doleiro admitiu ao delegado Gerson Machado que tinha guardado cerca de R$ 25 milhões, produto de sua participação na lavagem e remessa de recursos para o exterior, razão pela qual foi condenado a sete anos de cadeia, considerados irrisórios, mas não cumpridos um só dia graças ao acordo apressado que o beneficiou.
Indagado pelo delegado por que não revelou ao MPF a posse do dinheiro, Youssef foi objetivo:
– Não disse porque eles não me perguntaram.
A delegada federal Erika Marena, que participou das investigações do caso durante dois anos ao lado de Gerson Machado e do delegado Márcio Anselmo Adriano, considera o delegado de Londrina como o verdadeiro pai da Operação Lava Jato. Graças a ele chegou-se ao propinoduto da Petrobras comandado pelos delatores Paulo Roberto Costa e Nestor Severó, ambos indicados por Lula da Selva para ocupar cargos estratégicos na empresa estatal. Erika, ao que de sabe, foi removida de Curitiba para Florianópolis e hoje trabalha na PF em Aracaju, Sergipe.
Já Gerson Machado foi mais infeliz. Diante das falhas do processo apontadas de forma precisa ao juiz Moro – o mesmo que ratificou apressadamente o acordo de delação que beneficiou Youssef -, a coisa desandou. Os erros e omissões encontrados foram varridos para debaixo do tapete. O que pode e deve ser considerado uma patacoada imperdoável!
Como resultado final, o delegado foi precocemente aposentado aos 48 anos de idade, depois de um junta médica tê-lo diagnosticado como inválido por excesso de trabalho e stress, além de pressões do doleiro Youssef e do denunciado deputado federal José Janene, do Paraná. Os dois se diziam “perseguidos” pelo delegado de Londrina.
Compulsoriamente, o íntegro Gerson Machado entrou em depressão profunda enquanto seus familiares comiam o pão que o diabo amassou. Após algum tempo, consultados, médicos particulares atestaram que o delegado de Londrina apresentava condições de voltar ao trabalho. Mas não foi o que aconteceu. Machado, no ostracismo, caiu em desgraça. Hoje, mais conformado e em paz com a própria consciência, dedica parte do seu tempo cuidando de questões pertinentes aos direitos humanos e na ajuda aos mais necessitados.
Mas há quem garanta que o delegado foi satanizado, o que não é propriamente uma novidade. No Brasil, a verdade é a mentira e a mentira, a verdade. A paralaxe dos homens. De fato, no nosso pedaço, os heróis são tratados como vilões e os vilões, curiosamente, como heróis.
Até a verdade vir à tona. Como acontece agora com o tucano Moro, um sujeito muito preocupado com a própria biografia que se revela, a cada dia, irreal e vã.
P S – Uma prova evidente do esquerdismo de Moro foi a nomeação de Ilona Szabó para integrar o Conselho Nacional da Política Criminal e Carcerária do Ministério da Justiça.
Amiga especial de FHC e agente do mega-especulador húngaro George Soros, a comunista Szabó defendia com unhas e dentes o controle de armas, a legalização do aborto e a liberação irrestrita das drogas. Para cumprir tal agenda, macabra, a mulher manobrava uma ONG – o “Instituto Igarapé” – que contava com apoio financeiro internacional.
Na saída da mulher – 5ª Coluna escolada – por determinação do íntegro Bolsonaro, o tucano Moro comentou, denunciando a que veio: “Aqui, só quem perdeu fui eu”.