Desde os anos 70 d.C. com a destruição do 2º Templo e de Jerusalém pelos Romanos, a Cristandade, que começava a se estruturar, não teve dúvidas de fixar no povo judeu o estigma de assassinos de Jesus.
Os três últimos Pontífices Romanos, em visita à Sinagoga de Roma, assim se referiram aos judeus: “nossos irmãos mais velhos na fé”.
Nós, cristãos, não podemos mais nos omitir, como nos omitimos durante o nazismo que eliminou 6 milhões de judeus, nos anos de 1930/40. Nós cristãos não temos mais como justificar o antissemitismo encoberto e silencioso em atitudes, palavras e comportamentos coletivos. Os gaúchos, por exemplo, usam com a maior tranquilidade a expressão “judiaria”, quando pretendem qualificar uma ação de injusta, transmitindo, inconscientemente, um enraizado encoberto antissemitismo.
Desde maio de 1948, data da fundação do Estado de Israel, por decisão da recém criada ONU, centenas de judeus, vivendo em Israel, foram mortos ou feridos em atentados terroristas de todos os tipos: sequestros de aviões, homens bombas se explodindo em cinemas, supermercados, ônibus e locais com grande aglomeração de pessoas. O povo judeu vive tenso, toda a população participa de protocolos de defesa, aumentando ainda mais a tensão. Um país, um povo, não pode viver eternamente assim, assustado e tenso, sendo alvo de atentados inesperados há 76 anos.
Com audácia perversa a organização palestina terrorista Hamas, estabelecida na Faixa de Gaza, atacou Israel, de surpresa, em 7 de outubro de 2023, assassinando mais de 1.200 pessoas e fazendo centenas de reféns. Tiveram o apoio massivo e declarado de outra organização terrorista, o Hezbollah, (estabelecida no sul do Líbano), e do governo do Irã. São terroristas que agem com o pretexto de conquistarem um território na região para, então, efetivamente ser constituído o lar Palestino. A verdade, que induz este comportamento terrorista da juventude palestina, tem origem no ódio insuflado pelos governos árabes, (reis ou ditadores autoritários), que não suportam a existência do único regime democrático da região. A quase totalidade das nações árabes nunca aceitaram a existência do Estado de Israel e a ele se opõem explicitamente, afirmando que vão “jogar Israel no mar”.
É preciso reconhecer estas verdades e não ficar procurando outras razões em pretensas teses sociológicas, históricas, religiosas ou jurídicas, para justificar o que o terrorismo vem fazendo há 76 anos. Os palestinos sempre são apresentados como as vítimas, quando são eliminados em reações de legitima defesa nacional por Israel. Nas últimas décadas, nunca a mídia internacional se refere com justiça ao povo judeu, que há décadas luta na defesa da sua milenar cultura e da sua “terra prometida”. Quase sempre Israel é apresentado como um cruel agressor. Os Judeus sabem, por experiência histórica, que não podem contar com o apoio de nenhum país, de forma integral. Os judeus, depois de séculos de perseguições, sabem que são eles é que precisam criar as suas condições seguras de viver e sobreviver.
Nos dias que estamos vivendo, parece que Israel tomou uma decisão radical: chega, não vamos mais viver atemorizados pelo terrorismo e não vamos ser eliminados.
Este é o real panorama de fundo. Com esta referência, parece que Israel decidiu eliminar fisicamente os seus agressores, uma vez que em todas essas décadas nenhum país árabe ou a ONU foram capazes de estabelecer a paz na região, com a aceitação do Estado de Israel como um fato definitivo. É compreensível a reação de Israel, mesmo que milhares de pessoas tenham morrido ou ficado feridos: qualquer guerra é uma tragedia desumana. A objetividade fria da máxima de Clausewitz, de que a “guerra é a continuação da política por outros meios”, nunca foi tão verdadeira. A população palestina em Gaza está sofrendo muito – são horríveis as cenas de devastação e mortes com o atual conflito. No entanto é preciso saber que esta população teve, por anos, suas casas, hospitais e escolas usadas indevidamente pelos terroristas como esconderijos de pessoas, de armas e de munições, na certeza de que Israel não atacaria esses alvos, pois a reação internacional contrária seria imediata e enorme.
A maioria da mídia e dos governos insinuam que Israel deveria aceitar os atentados, ao seu território e ao seu povo, calado e inerte, para não abalar a “paz” internacional e evitar mais mortandade. Apenas críticas superficiais são feitas aos terroristas.
É o que está acontecendo: Israel está indicando que vai eliminar os seus inimigos, mesmo que escondidos junto com pessoas inocentes, que inevitavelmente serão atingidas. Não há outra alternativa, tudo o que foi feito nos últimos anos, por via diplomática e exortações dos raros líderes mundiais não deu certo. Ninguém, em posição de destaque, conclama os terroristas a interromperem suas ações afirmando que eles não podem se esconder no meio de crianças, mulheres, idosos, pacientes de hospitais, pois são atos injustos, covardes e infames. Agora, Israel vai busca-los aonde estiverem e muita gente inocente vai morrer. Só assim o Estado de Israel poderá oferecer, por algum tempo, melhores condições de segurança e tranquilidade para o seu povo.
Não é correto nem justo criticar Israel e apresentar os palestinos como os perseguidos.
O mundo inteiro sabe que os lamentáveis atuais dirigentes de Israel, não são exemplos dos ideais de honestidade e de nobreza do povo judeu, muito pelo contrário. Fazem falta os exemplos e as lideranças respeitadas dos fundadores do Estado Judeu, pessoas da competência e da estatura moral de um Ben Gurion, Golda Meir, Yitzhak Rabin, Shimon Peres, Menachem Beguin.
O povo judeu é perseguido há milênios. Israel luta há décadas para sobreviver, ser reconhecido e respeitado. Precisa vencer. Vai vencer.