Digo e repito. Uma Estrela Solitária brilhou ontem em Buenos Aires nas cercanias do Estádio Monumental Antonio Vespucio Liberti, chamado comercialmente de Estádio Más Monumental. Mas não só por ali. Buenos Aires se viu pequena para caber o júbilo do campeão.
Chamas de incontrolável iridiscencia iluminaram ontem os céus de Belgrano,
É fogo, maestro, diria Vinicius, o ilustre poetinha alvinegro.
Bombeiros acorreram, guarnições de soldados do fogo cruzaram as ruas vizinhas com o estardalhaço de suas sirenes, apressadas. Os soldados da bola, estes já tinham cumprido seu papel.
Haja água (hoje minguante no Rio) para debelar tamanho ardor vitorioso.
Na noite de ontem houve falta de “ojo de bife”, “tapa de cuadril” e “asado de tira” nas casas de pasto da Recoleta e em Palermo. No “Don Júlio” foram logo avisando que não ia ter lugar. Seja como for, em milhares de bocas alvinegras (botafoguenses, bem entendido) vinhaças Malbec jorraram copiosas, rubras, em taças cristalinas.
Ouviram-se emocionados brados e estrofes do hino composto por Lamartine Babo.
-Botafogo, Botafogo, campeão desde 1910…
Pois é. Tricolor de coração, eu nunca fui sócio do Fluminense.
Sempre tive uma queda pelo Glorioso, que tinha Garrincha, Didi, Zagalo, Nilton Santos e outros craques. E fui sócio. Até também pelos ótimos bailes na sede de General Severiano. Com meninas muito lindas, que gostavam de rodopiar pelo salão nos braços daquele ilustre tipo faceiro e magricela.
Dante Coelho de Lima é diplomata.