O resultado das eleições legislativas ontem, em Portugal, mostrou a força da direita, que obteve ampla maioria. O PSD, Partido Social Democrata, ganhou as eleições com uma diferença mínima para o Partido Socialista. Como já era previsto, o partido de direita, Chega, obteve um expressivo resultado e passa a ser a única alternativa para a construção de uma sólida maioria.
O problema é que ao longo da campanha, o candidato Luis Montenegro deu demonstrações de arrogância e imaturidade, reiterando inúmeras vezes que não formaria governo com André Ventura, do Chega. Inclusive, com um discurso muitas vezes crítico e agressivo.
A política também é a arte de buscar pontos de convergência, mesmo em casos extremos e, neste ponto, faltou abertura para o diálogo e serenidade.
Após passar toda a campanha dizendo “não” ao Chega, a pergunta que fica agora é: não é não mesmo? Pelo visto, o Não poderá virar Sim.
E, nesse contexto, o PSD e Montenegro irão governar com um partido que referiu-se a eles como “uma espécie de prostituta”. Eu pergunto: e quem governa com quem se refere a você desta forma é o quê?
Se Montenegro tivesse baixado um pouco a bola e entendido que tudo tem o seu tempo e tivesse apenas focado no que era importante, não estaria agora correndo o risco de engolir o Não e dizer um Sim, mas a verdade é que a vitória pequena do PSD não é capaz de dar ao país a estabilidade que ele precisa.
Agora virão as cenas dos próximos capítulos esperando-se que prevaleça o bom senso e que se entenda o claro recado dado pelos portugueses nas urnas.