Nos últimos tempos, nossa Educação tem sido alvo de tentativas governamentais que, se concretizadas, comprometerão desastrosamente o ensino no país. Cortes significativos no orçamento ou remanejamento de recursos para investimentos em outras áreas, além da falta um plano de ação que ajude, pra valer, a alavancar o maior pilar de desenvolvimento socioeconômico da Nação. A educação inclusiva, que transforma a escola em um espaço para todos, é o mais recente alvo. O Decreto 10.502, editado dias atrás pelo presidente Jair Bolsonaro, é um banho de água fria em todos que batalham pela convivência social sem discriminação, principalmente profissionais da Educação e pais que sabem do potencial de seus filhos.É um enorme retrocesso criar escolas e salas especiais para alunos com deficiência, quando deveríamos avançar cada vez mais na educação inclusiva, com base na igualdade de oportunidades. Ao flexibilizar a oferta da educação especial, permitindo que escolas regulares neguem matrículas para os estudantes com deficiência, sob a alegação de que o melhor para esses alunos é a escola especial, o decreto presidencial propaga a ideia de que um deficiente não pode se beneficiar do ambiente escolar. Ou seja, exclui a pessoa com deficiência de frequentar aulas regulares. Isso é segregação!A mudança da oferta de vagas na Educação, além de inconstitucional, viola o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2018) e a Convenção das Organizações das Nações Unidas (ONU) sobre os direitos das pessoas com deficiência. Compete a nós, congressistas, mais uma vez impedir que se prejudique a Educação e que tamanha violação aos direitos constitucionais desses estudantes se consuma.