Deus, Obatalá, que não tem cor, está vermelho de Vergonha

A coluna do jornalista Cláudio Humberto, editor do Diário do Poder, revela, em sua coluna diária, os principais pontos da nova agenda administrativa do governo anticorrupção eleito por 57 milhões de brasileiros em outubro de 2018. Mantém intactos todos os privilégios e regalias com os quais se lambuzaram os ocupantes do Poder no Brasil, nos últimos 30 anos, com a adição do excesso de melaço derramado por Lula e Dilma para contentamento dos companheiros de caminhada. Combustível e desgaste dos aviões da FAB para continuar transportando, para cima e para baixo, autoridades do nosso quinto mundo. Cartões Corporativos indevassáveis para uso pessoal, quem sabe no lobby do Piantella, em Brasília, carros oficiais talvez para transporte dos cachorros da madame e compras no supermercado, e todas as demais mordomias e privilégios exacerbadas nos governos petistas, que deixaram o país com apenas trinta por cento de cobertura de saneamento urbano, promovendo a morte em massa da pobreza numa diarreia eterna da leptospirose nacional, em monstruosas favelas que envergonham todos os santos e todos os deuses. Brasil acima de tudo, e o povo abaixo de todos os que são proprietários ocasionais do país, na farsa da democracia parlamentar, que como o Leopardo da Sicília, muda para que tudo fique igual. É a primeira vez na história republicana que um governo começa a acabar antes de começar. Não dá para entender que esses novos estrategistas da política das mídias sociais sejam tão  burdos, toscos, e tapados, mentalmente e também politicamente, para entender que desses 57 milhões de eleitores, pelo menos quarenta milhões falavam serio quando depositaram, por duas vezes, os seus votos nas urnas. Como se não bastasse esse desdém com os eleitores, ainda cutucam onça com vara curta, colocando nos ombros da figura eterna daquele a quem toda a raça humana chama Deus, a responsabilidade pela condução do país na selva internacional infestada por animais financeiros e senhores da  guerra, no mundo real em que vivemos. Mas como a Taurus vai vender um revolver para cada cidadão, teremos uma milícia maior do que a do Maduro. O problema é que revolver da Taurus só dá tiro no pé. Não, não pensem nem por um segundo que nutro qualquer sentimento ou razões depreciativas dos Estados Unidos da América ou de Israel. Pelo contrário, admiro as duas grandes nações de raízes ocidentais e toda a contribuição dada à humanidade. Penso, inclusive, que temos muito a ganhar com uma relação mais intensa com Israel, país que conseguiu desenvolver tecnologias de ponta em setores diversos, e que muito podem contribuir para o nosso desenvolvimento. A tecnologia de dessalinização de água salobra,  por exemplo, é considerada a melhor e mais avançada do mundo, por quem entende do assunto. O que não admiro, muito pelo contrario, temo,  são as posições ideológicas radicais de Donald Trump e de Benjamin Netanyahu, expoentes de uma ultra  direita atrasada e falsamente religiosa, que ameaça Deus, e o equilíbrio perene entre Deus e o Diabo. Porque assumiram, pela via do poder, das armas, e do dinheiro, o   aparente encargo de nos levar a todos- e agora colocam o Brasil nessa panela-, ao fogo  do inferno da destruição geral pelo incentivo e promoção de políticas de emprego da violência, da força bruta e do ódio, no âmbito planetário e no explosivo Oriente Médio.

Miguel Gustavo de Paiva Torres é diplomata.