Prenderam um galo em uma delegacia. Isto aconteceu em Formosa, na Argentina. O crime dele foi ter destruído uma máscara de cerâmica que a vizinha de seu dono havia trazido da Bolívia. As autoridades asseguraram que o galo estava sendo bem tratado em sua cela. Ele deu mais sorte do que uma penosa surpreendida fazendo sexo com um homem em Zâmbia e que acabou condenada à morte por decapitação.
Falando em bovinos, a situação anda muito avacalhada em uma prisão de Londres, no Reino Unido: ladrões roubaram o cofre de lá. É isso mesmo: a penitenciária foi depenada! Destino semelhante tiveram policiais israelenses – a viatura na qual estavam foi carregada por ladrões, apenas tendo sido recuperada horas depois sem o aparelho de rádio e o computador.
Há também o caso do policial da Malaysia que tomou uma bolsa das mãos de uma turista e saiu correndo pelas ruas até ser preso por seus colegas poucos quarteirões à frente. Dá para perceber que é complicado ser policial por lá.
Mas pior ainda é ser agente da lei na África do Sul: até os cachorros da corporação usam coletes à prova de balas e facadas. Recentemente dois deles foram esfaqueados tentando parar um ladrão. Quem também tem uma ‘vida de cão’ são os cachorros ingleses: 150 deles são seqüestrados por dia.
Pois é. E nos EUA um congressista questionou a remessa de 363 toneladas de dinheiro vivo – nada menos que US$ 5,5 bilhões – ao Iraque, naquele que foi o maior transporte de moeda da história. Disse ele: quem em seu juízo perfeito enviaria 363 toneladas de dólares para uma zona de guerra?
E assim vai caminhando a humanidade: 19% dos nossos semelhantes vivem na miséria, com menos de US$ 1 por dia, mas perdemos entre 4% do PIB (EUA) e 11% do PIB (Brasil) só em função do crime. Investimos US$ 1,3 trilhão por ano em armamentos mas não conseguimos ainda discutir seriamente como combater o mal que nos deixa prisioneiros em nossas próprias casas.
Daí, talvez, a ironia de Oscar Wilde, segundo quem “o mundo pode ser um palco, mas o elenco é um horror”.