Não é segredo que “as milicias”, as “facções criminosas”, o “tráfico de drogas”, estão dominando parcelas do território nacional, imiscuindo-se nos governos municipais, estaduais e até no governo federal, com contatos organizados com a bandidagem de outros países. Debocham do desmoralizado Estado e atemorizam a população.

O Estado Brasileiro, desmoralizado, está sendo ultrapassado pelo crime organizado, sem condições de reagir, pois a discussão, mal conduzida, sobre os “direitos humanos” dos bandidos, impede que as urgentes e necessárias decisões saneadoras, radicais, sejam tomadas.

Estamos, já há alguns anos, vivendo uma guerra civil. Alguém nega este triste fato? Cidadãs e cidadãos de todo o Brasil tem medo de sair de suas casas, os bandidos, em grande número, assaltam armados, não só para intimidar, mas para atirar, matando e ferindo pessoas. As forças policiais, (algumas vezes corrompidas pelo crime organizado), são enfrentadas com armas pesadas contrabandeadas e quando reagem, matando alguns, a imprensa apresenta o fato junto com um juízo de valor, um julgamento: quase sempre acusando a polícia de ter usado de força demasiada. No Poder Executivo, no Congresso Nacional e nas Câmaras e Executivos Estaduais o tema é motivo para péssimos discursos demagógicos e nenhuma providencia eficaz, global e continuada, seja determinada.

Em 2023, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 46.328 mortes violentas foram registradas. No Brasil ocorrem 22,8 mortes intencionais por 100.000 habitantes. Segundo O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), as mortes no Brasil são quase 4 vezes maiores que a média mundial de homicídios, (5,8 por 100 mil habitantes): 10% de todos os homicídios cometidos no mundo.

Inaceitável, não podemos mais suportar este clima de medo generalizado e violência. O Estado Brasileiro precisa tomar vergonha, recompor sua dignidade e atender aos protestos e exigências do seu povo. Bandidos armados, de qualquer idade, atirando, devem ser eliminados por uma polícia fiscalizada, bem treinada, bem equipada e bem remunerada.

Pouco adianta prender. Os presídios superlotados não regeneram ninguém. A prisão é, apenas, um ato de vingança da sociedade, retirando de circulação os criminosos mais perigosos, por algum tempo.

Sem mais discussões. Ação saneadora radical já.

Eurico de Andrade Neves Borba, 84 anos, ex professor da PUC RIO, ex Presidente do IBGE, é do Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, mora em Ana Rech, Caxias do Sul, eanbrs@uol.com.br