Promotor de SP que dedica a vida a combater bandidos cogita sair do País

Traficantes são soltos e têm até "bens" devolvidos, mas o promotor que os combate vive como "prisioneiro"

Jurado de morte pela organização criminosa “PCC”, considerada a maior de toda a América Latina, o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo, revelou nesta quarta-feira (4) que avalia sair do Brasil ao se aposentar, em breve.

A afirmação do promotor se deu durante entrevista ao programa Jornal Gente, transmitido simultaneamente pela Rádio Bandeirantes e TV BandNews.

Há 33 anos combatendo o crime e na maior parte desse período concentrado em investigar, prender e condenar bandidos perigosos, sobretudo essa gangue que nasceu nos presídios paulistas, Gakyia e sua família perderam completamente a o direito de ir e vir. Não é mais dono da própria vida. Há mais de dez anos ele é submetido ao rigoroso esquema de segurança que o mantém vivo.

Ele vive protegido por policiais militares paulistas muito bem treinados para o enfrentamento desse tipo de risco. Sua ida aos estúdios do Jornal Gente, no Grupo Bandeirantes de Comunicação, foi cercada de expressivo aparato de segurança.

Condenado à morte

O promotor de Justiça Lincoln Gakiya integra o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo em Presidente Prudente, investiga esse grupo criminoso desde o ano 2000.

Ele teve sua morte decretada pelo “PCC” após participar do esforço que transferiu para presídios federais de outros estados as princiais lideranças da organização criminosa.

A entrevista foi concedida ao programa Jornal Gente.

Em março deste ano, a Polícia Federal descobriu um plano desses bandidos para sequestrar e assassinar autoridades, entre as quais o promotor Lincoln Gakiya.

A PF desarticulou o esquema criminoso por meio da Operação Sequaz, que prendeu nove suspeitos de fazer parte do gangue, oito deles no Estado de São Paulo.

Lincoln Gakiya foi entrevistado no Jornal Gente, que vai ao ar de segunda a sexta das 8h às 9h30, pelos jornalistas Thays Freitas, Sônia Blota, Pedro Campos e Cláudio Humberto.