Procurador que vê ‘miserê’ em salário de R$ 24 mil está licenciado do MP de Minas

Chefe do MPMG diz que Leonardo Azeredo Santos tem opinião 'divorciada' sobre salário

Alvo de um protesto na Pampulha, que simulou campanha de arrecadação de recursos para que não vire “pedinte” com salário “miserê” de R$ 24 mil, o procurador de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Leonardo Azeredo dos Santos, está de licença-médica. A informação foi confirmada na manhã desta quarta-feira (11), em Belo Horizonte (MG), pelo procurador-geral de Justiça de Minas, Antônio Sérgio Tonet, que classificou a opinião de Santos como “divorciada” dos demais membros do MPMG.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) não informou o motivo do afastamento do procurador Leonardo Azeredo dos Santos, nem desde quando e até que data segue a licença.

Em 12 de agosto, quando discutia a proposta orçamentária do MPMG para 2020, Santos elevou o tom de sua indignação ao questionar como poderia viver com R$ 24 mil mensais. O procurador questionou o que o colegiado do MPMG iria fazer para melhorar a remuneração, porque “infelizmente”, não tinha origem humilde, nem estaria acostumado com “tanta limitação”. E reclamou que teria de reduzir seus gastos no cartão de crédito de R$ 20 mil para R$ 8 mil.

“Eu já estou baixando meu padrão de vida bruscamente. Mas vou sobreviver. E não é porque sou perdulário, é para manter meu patrimônio, o que eu conquistei nos meus 28 anos de carreira”, disse o procurador.

Durante a abertura da Semana do MP, o procurador-geral de Justiça não falou do caso em seu discurso, mas classificou em entrevista a jornalistas que a fala de Santos não representa o sentimento da classe.

Representações contra Santos foram formalizadas junto à Ouvidoria do MPMG. E Antônio Sérgio Tonet disse que as queixas não foram contabilizadas, mas serão encaminhadas para a Corregedoria. Ambos os setores do órgão ministerial não repassaram informações sobre as reclamações. (Com informações do G1)