Dez anos depois, cartola milionário vai a júri pelo assassinato de jornalista
Ricaço vem conseguindo adiar seu encontro com o Júri Popular
Após 10 anos, o julgamento popular dos cinco acusados de matar o jornalista e radialista Valério Luiz, em Goiânia, foi finalmente marcado para 14 de março de 2022, pelo juiz Lourival Machado da Costa, do Tribunal de Justiça de Goiás.
O crime aconteceu em julho de 2012. Acusado de ser o mandante do assassinato, estará sentado no banco dos réus o cartola milionário Mauricio Sampaio, presidente do Atlético Goianiense, time da Série A do Campeonato Brasileiro.
Valério Luiz foi morto a tiros quando saía da rádio onde trabalhava, em Goiânia. Segundo a denúncia do Ministério Público, à época, o assassinato foi motivado pelas críticas de Valério Luiz à diretoria do Atlético Goianiense, da qual o ricaço Maurício Sampaio era vice-diretor na época.
O júri popular já foi adiado em duas ocasiões, pelo menos. Em 2019, o juiz Jesseir Coelho de Alcântara pediu afastamento da presidência da comissão alegando motivos pessoais e que era “suspeito de continuar atuando para a concretização do júri popular, batendo contra todo o sistema processual”.
Em 2020, o juiz Lourival Machado da Costa marcou o júri para junho, mas ele não aconteceu por causa da pandemia.
O filho do radialista, Valério Luiz Filho, disse que a expectativa para o julgamento é grande. “São quase 10 anos e aquele 5 de julho não pode ficar por isso mesmo. Acredito que seja um sentimento compartilhado por todos”, contou.
A Polícia Civil concluiu, em fevereiro de 2013, que cinco pessoas participaram do crime. O inquérito possui mais de 500 páginas e mais um volume com provas técnicas contra os suspeitos.
O Ministério Público denunciou Maurício Sampaio como mandante do crime. O documento destacava que os comentários feitos por Valério Luiz (foto) geraram entre Sampaio e o radialista “acirrada animosidade e ressentimento” por parte do acusado.
Os acusados pelo crime:
Maurício Sampaio, apontado como mandante;
Urbano de Carvalho, acusado de contratar PM que matou Valério;
Ademá Figueiredo, cabo da Polícia Militar acusado de disparar os tiros que mataram o cronista;
Marcus Vinícius Pereira Xavier, açougueiro, que teria participado do planejamento do crime;
Djalma da Silva, PM denunciado por atrapalhar as investigações.