Condenado à prisão o hacker que clonou celular de Marcela Temer

Ele chegou a chantagear a primeira-dama, exigindo R$300 mil

A juíza Eliana Cassales de Melo, da 30ª Vara Criminal da Barra Funda, em São Paulo, condenou Silvonei José de Jesus Souza, o hacker que clonou no início do ano o celular de Marcela Temer e chantageou a primeira-dama pedindo R$ 300 mil para não vazar fotos íntimas e áudios. O hacker foi condenado a cinco anos, 10 meses e 25 dias de prisão em regime fechado pelos crimes de estelionato e extorsão, além de multa. Réu primário, Souza cumprirá a pena no presídio de Tremembé, no interior paulista.

Silvonei José foi detido provisoriamente em maio deste ano. Ele descobriu o número de telefone pessoal de Marcela ao comprar um CD pirata que armazenava dados de diversas pessoas, públicas e anônimas. O hacker então clonou o WhatsApp da primeira-dama e, se passando por ela, pediu R$ 150 mil ao irmão de Marcela para uma suposta pintura.

Depois disso, Silvonei teria confrontado Marcela diretamente pedindo os R$ 300 mil citados pela acusação. O hacker teria ainda ameaçado divulgar áudios que, “fora de contexto”, e que poderiam comprometer a imagem de Michel Temer, que na época era vice-presidente e aguardava o resultado do processo de impeachment de Dilma Rousseff.

Temer optou por não envolver a Polícia Federal no caso porque acreditava que o hacker tinha motivações políticas. Alexandre de Moraes, hoje ministro da Justiça, e que na época era secretário de Segurança do Estado de São Paulo, se envolveu no caso a pedido de Geraldo Alckmin, governador paulista. 

Alexandre acionou a Divisão Anti-Sequestro (DAS) do estado de São Paulo para descobrir quem era o chantagista. O hacker foi preso no dia 11 de maio, um dia antes de Temer ser empossado como presidente interino devido ao afastamento de Dilma. Alexandre foi nomeado ministro logo em seguida.