“Fiz nada de mais”, afirma soldado israelense alvo da Justiça do Brasil

O soldado estava de férias em solo brasileiro quando foi denunciado por uma organização internacional por supostos crimes de guerra.

O soldado israelense Yuval Vagdani retornou a Israel após passar férias no Brasil e ser alvo de uma denúncia da Fundação Hindi Rajab (HRF) por supostos crimes de guerra. O militar concedeu entrevista a mídia local e afirmou não ter feito nada de mais.

Ele esteve na Bahia em dezembro de 2024 e foi identificado em Morro de São Paulo, onde teria participado de uma festa de música eletrônica. A denúncia foi baseada em postagens do soldado no Instagram, celebrando ações israelenses que teriam causado a morte de 45 mil pessoas em Gaza.

Yuval negou os crimes em entrevista ao jornal israelense Maariv, afirmando que apenas publicou fotos de uniforme e mensagens de incentivo a reservistas. Ele é acusado de participar da destruição de um bairro no corredor Netzarim, em Gaza, e de publicar mensagens incitando a destruição total da região.

O Metrópoles afirma que em uma das publicações, o soldado pediu que Israel continuasse “destruindo e esmagando este lugar imundo, sem pausa, até os seus alicerces”.

Após a denúncia da HRF, a Polícia Federal abriu uma investigação por determinação da juíza federal Raquel Soares Chiarelli em 30 de dezembro de 2024. Yuval disse que foi informado sobre a possibilidade de prisão e deixou o Brasil “como um fugitivo” no dia 5 de janeiro, passando pela Argentina antes de retornar a Israel.

Ele declarou ainda que a situação não o abalou “com todo esse ano que eu passei [na guerra], embora eu tenha 23 anos, nada pode me surpreender mais”.

A Policia Federal abriu uma notícia-crime em verificação (NCV) na última sexta-feira (3) e a investigação segue em andamento.