Morte de mulher negra por policial branco reacende debate racial nos EUA

Imagens divulgadas pela polícia do estado de Illinois mostram agentes matando a tiros uma mulher negra desarmada em sua casa

Uma mulher negra foi morta a tiros por um policial dentro de sua própria residência, em Illinois, nos Estados Unidos. Imagens de câmeras corporal foram liberadas pela polícia estadual nesta segunda-feira (22).

O caso ocorreu em 6 de julho, após a vítima, identificada como Sonya Massey, de 36 anos, ligar para a emergência  por suspeitar de um invasor em sua casa. Massey foi baleada por conta de uma panela com água fervendo. A mulher que estava desarmada, pediu desculpas aos policiais segundos antes de ser morta.  

Após não identificarem o suposto invasor, os policiais pediram para que a mulher apresentasse o documento, e os três policiais entraram na residência de Sonya. Os policiais demonstraram uma certa impaciência com a mulher, que vasculhava a casa para achar o documento. 

A tragédia ocorreu quando Sonya manuseava uma panela de água quente e Grayson parecia estar rindo, até que a mulher disse desesperadamente “Eu te repreendo em nome de Jesus”.

É melhor você não fazer isso ou eu juro por Deus que vou atirar no seu rosto”. Após isso, Grayson sacou sua 9mm e pediu para que ela largasse a panela, sentindo-se ameaçado. Sonya então se abaixou pedindo desculpas e se levantou brevemente, o que fez o policial efetuar disparos em sua cabeça. 

Após o disparo, Grayson impediu o companheiro de prestar os primeiros socorros com um kit médico. “Você pode pegar, mas é um tiro na cabeça, não há nada que você possa fazer, cara”, disse ele.

Grayson relatou aos policiais que responderam: “Ela tinha água fervente e veio até mim, com a água fervente. Ela disse que ia me repreender em nome de Jesus e veio até mim com água fervente”.

Sean Grayson, policial branco autor da morte de Sonya, foi indiciado na semana passada em um júri de Illinois. Ele se declarou inocente das acusações de homicídio em primeiro grau, má conduta oficial e agressão agravada com arma de fogo. O policial foi demitido na semana passada e está preso na prisão do Condado de Sangamon, sem fiança.

Caso o policial seja condenado, ele sofrerá penas de prisão de 45 anos a perpétua por homicídio, 2 a 5 anos por má conduta e 6 a 30 anos por agressão.