Lula agora quer Brasil e outros Brics no Conselho de Segurança da ONU

Em reunião do grupo Brics, presidente brasileiro volta a tema - considerado fantasioso - de alterar a composição do órgão das Nações Unidas

O presidente Lula (PT) defendeu, nesta terça-feira (22), que todos os países que compõem o Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, se tornem membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

O tema foi recorrente nos primeiros governos dos PT, apesar de ser considerado fantasioso por especialistas em geopolítica internacional. A composição do Conselho de Segurança nunca mudou, é a mesma desde a sua criação, em 1945.

O Conselho de Segurança da ONU tem como membros permanentes Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China. É considerado o mais poderoso órgão da organização internacional, formado pelos países mais importantes vencedores da Segunda Guerra Mundial. Outros dez membros rotativos são eleitos pela Assembleia Geral da ONU para mandatos de dois anos; o Brasil é atualmente um deles.

Apenas o Conselho de Segurança tem o poder de acionar forças militares da ONU e forçar o cumprimento de decisões do órgão aos países membros das Nações Unidas. Dessa forma, cada um dos membros permanentes tem poder de veto nas decisões do conselho. Por isso, apesar do grande poder, mudanças profundas são consideradas virtualmente impossíveis no órgão.

Para que apenas um dos países dos Brics fosse aceito na composição permanente do Conselho de Segurança, seria necessário consenso dos demais membros, além da repartição do poder de veto.

Em Joanesburgo, na África do Sul, para participar da Cúpula do Brics, Lula disse que “é preciso que a gente convença a Rússia e a China que o Brasil, a África do Sul e a Índia possam entrar no Conselho de Segurança”. Mesmo com o apoio improvável de Rússia e China, França, Reino Unido e EUA também precisariam concordar com a ideia.

O presidente brasileiro também voltou a tratar da criação de uma moeda comum para países do Brics (e Mercosul), para substituir o dólar. A Índia, entretanto, já avisou que não tem interesse.