Testamos o Commander, um Jeep para levar a família inteira

O mais recente lançamento da líder dos SUVs no Brasil pode levar até sete pessoas com muita tecnologia e segurança embarcada

Em 2014, a Fiat confirmou a fusão com a Chrysler e criou a FCA. Com o novo grupo automotivo, no Brasil, a marca que mais se desenvolveu foi a Jeep. Já no ano seguinte, ela inaugurou a primeira fábrica por aqui, em Goiana, Pernambuco, apresentando uma das sensações do mercado nacional, o Renegade. 

As novidades não pararam por aí, em 2016 ela lançou outro “hit”, o Compass. Com os dois modelos, a marca passou a dominar o mercado de utilitários no Brasil, sem qualquer chance para os adversários. Mas faltava um representante, entre os modelos de sete lugares. Lacuna preenchida pelo mais novo integrante da família, o Commander. 

O primeiro modelo da Jeep totalmente desenvolvido no Brasil chegou ao mercado no fim de 2021 e, nos dois primeiros meses do ano, já mostrou ter a força da marca, assumindo com folgas o posto de utilitário de sete lugares mais vendido do país. 

Adotando a receita de sucesso dos irmãos menores, o Commander se utiliza de uma lista de equipamentos generosa, principalmente na versão topo de linha a Overland, nosso “Teste da Vez” e seus R$ 242.384 na configuração T270, a turbo flex de 185 cavalos. 

Igual, mas diferente

A dianteira lembra o irmão importado, o Grand Cherokee.

O Commander, o primeiro veículo da marca desenvolvido no Brasil, é produzido na planta de Goiana, Pernambuco, do grupo Stellantis, no qual a Jeep faz parte. Ele segue a tendência dos irmãos menores, alinhando visualmente com outro modelo da americana, o importado Grand Cherokee. 

O visual, como é de se esperar de um utilitário de sete lugares, é bastante imponente e, mesmo alinhado com o irmão maior, conta com desenho próprio. O exterior tem conjunto óptico full LED integrado com as tradicionais sete fendas da Jeep na grade, o design do para-choque é bem marcado, com as luzes de circulação diurna nas pontas. 

Já a cabine segue o padrão do Compass.

Como de costume da marca, o nome do veículo vai na lateral, mas no caso do SUV de sete lugares, é em um exclusivo tom de cobre. A traseira, de silhueta robusta, também remete ao irmão maior, com linhas proeminentes, para-choque elevado, lanternas que avançam pelas laterais e um marcante spoiler integrado à parte superior da tampa do porta-malas. 

Agora, se por fora o Commander remete ao Grand Cherokee, por dentro ele é praticamente idêntico ao Compass. Com exceção de um ou outro pequeno detalhe, o interior é o mesmo do irmão menor. O que não é ruim, pelo contrário, o acabamento é muito bem feito e ele utiliza materiais nobres como couro em tom claro mesclado com escuro e suede. 

Seis ou sete?

O fato do banco reclinar otimiza muito a viagem na última fileira.

A diferença fica, claro, pela terceira fila de bancos. Para otimizar o acesso aos últimos assentos, a do meio é corrediça, reclinável e desloca longitudinalmente em até 140mm para facilitar a entrada, as portas traseiras abrem em um ângulo de 80º com o mesmo intuito. 

O espaço da última fileira de assentos é razoavelmente bom, sendo possível levar dois adultos com certo conforto, mas para viagens curtas, até porque as pernas ficam muito elevadas, como de costume neste tipo de veículo. Uma parte boa é que eles também reclinam, o único falha é não ter saída de ar, apenas para a segunda fileira. 

Na fileira do meio, o ideal são duas pessoas.

O porém fica mesmo nos assentos do meio, levar três pessoas nela é quase impossível, o ideal são apenas duas para evitar apertos desnecessários. A diferença é tão grande que até o acabamento é distinto, enquanto os bancos laterais são em branco (como em todo o veículo) o do meio é em preto e nem aparenta ser um assento. 

O porta-malas é um caso à parte, com os sete lugares sendo utilizados, ele tem bons 233 litros, podendo levar uma boa bagagem. Com cinco, ele pula para excelentes 661 litros e pode chegar a impressionantes 1.760 litros com todos os bancos rebatidos. 

Tão grande quanto

A lista de equipamentos do SUV é bem completa.

A lista de equipamentos da versão topo de linha do Commander é tão grande quanto o próprio veículo. A Overland não conta com nenhum pacote extra, é tudo de série, mas convenhamos, estamos falando de um SUV de mais de R$ 242 mil. 

Ela vem com rodas de liga leve de 19 polegadas, painel de instrumentos digital de 10,25 polegadas, central multimídia com display de 10,1 polegadas, espelhamento sem fio para smartphones, carregador de celular por indução, chave sensorial para abertura das portas e partida do motor e bancos dianteiros com ajustes elétricos. 

O radar do sistema Adas para os auxílios à condução.

O SUV ainda conta com teto solar panorâmico, sistema de som premium Harman Kardon, porta-malas com sensor de presença, tomadas de 127v, ar-condicionado dual zone com saída para a segunda fila de bancos e plataformas Adventure Intelligence Plus com Alexa in Vehicle.

Na parte da segurança, a Overland vem com sete airbags, comutação automática de faróis, conjunto óptico full LED, sensores de estacionamento, crepuscular e de chuva, auxiliar de partida em rampa, retrovisor interno eletrocrômico, câmera de ré, freio de estacionamento com auto hold e sistema Adas. 

O teto solar panorâmico gigante é um dos destaques do SUV.

O pacote de tecnologia de segurança agrega piloto automático adaptativo, alertas de mudança de faixa e de colisão com frenagem automática, detecção de ponto cego e de tráfego cruzado, frenagem de emergência para pedestres, ciclistas ou motociclistas, detector de fadiga e reconhecimento de placas de velocidade. 

Pede mais

Apesar de forte, falta motor para o Commander.

A Jeep parece seguir uma “receita” já conhecida na irmã Peugeot (as marcas fazem parte do mesmo grupo, a Stellantis), de utilizar um mesmo propulsor em veículos de tamanhos diferentes. Na francesa, não deu muito certo e na americana não está diferente. 

Assim como os irmãos menores (Renegade e Compass) e a prima Fiat Toro, o Commander flex utiliza o novíssimo motor 1.3 turbo de 185 cavalos e 27,5kgfm de torque, aliado à transmissão automática de seis velocidades e tração 4×2 com Jeep Traction Control+, mas bem que o propulsor poderia gerar um pouco mais de potência e torque. 

Na versão testada, o câmbio é automático de seis velocidades.

Se nos parentes menores o motor vai bem, no Commander ele não é essa maravilha toda. Com o carro vazio, ele até responde legal, o problema é com carga máxima – ou quase máxima. Ao rodar com seis adultos, o SUV perde fôlego, principalmente nas acelerações e retomadas de velocidades, o que exige um pouco mais de atenção do motorista.

O fôlego pode ser parcialmente recuperado ativando o modo Sport do veículo. Com ele, o giro sobe e as marchas são trocadas mais tarde, o que dá uma vitalidade maior ao SUV, ajudando na hora de fazer alguma ultrapassagem, mas pode prejudicar o consumo. Falando nele, o utilitário foi até bem pelo seu porte, ao fim do teste, fez média 9,5km/l com gasolina. 

Como um bom SUV grande, o Commander é bem confortável.

Velho conhecido, o câmbio automático de seis velocidades trabalha bem, sem qualquer tipo de tranco ou demora nas trocas. O motorista ainda tem opção de realizar as alternâncias de marchas pelas borboletas no volante, que conta com direção elétrica, o que otimiza ainda mais a condução. 

Apesar de grandalhão, e do motor claramente mais fraco do que deveria, o rolar do Commander é suave como deve ser de um SUV deste porte. A suspensão também trabalha bem, ela não repassa as – muitas – imperfeições do asfalto para a cabine, o que deixa qualquer viagem a bordo do utilitário extremamente confortável.

A opinião do Diário Motor

Jeep Commander Overland T270.

O Commander segue a receita de sucesso dos irmãos menores Renegade e Compass e da prima Fiat Toro, unindo muita tecnologia, bom espaço interno – apesar de ser ideal para seis e não sete ocupantes –, itens de segurança de ponta e todo o “peso” da marca. 

Ele vai um pouco além dos irmãos no estilo. Tanto o visual quanto o acabamento interno é mais luxuoso. O design é mais executivo, indo para o lado do irmão importado Grand Cherokee, tanto a dianteira, quanto a traseira apresentam um ar imponente. Na cabine, mais alinhada ao Compass, o destaque é o gigante teto solar, além das telas digitais. 

O grande porém do Commander é a motorização. A versão que testamos, a Overland T270, utiliza o 1.3 turbo de 185 cavalos. Se nos parentes ela vai bem, no grandão nem tanto. Com “carro cheio” falta fôlego, o que aponta que a Jeep poderia ter escolhido uma caixa mais potente. Como os números já estão mostrando, ele vale a compra! Nota: 8.

Ficha técnica

Motor: 1.3 turbo

Potência máxima: 185cv 

Torque máximo: 27,5kgfm 

Transmissão: automática de 6 velocidades

Direção: elétrica

Suspensão: independente nas quatro rodas

Freios: a disco nas quatro rodas

Porta-malas: 233 litros 

Dimensões (A x L x C x EE): 1.682 x 1.859 x 4.769 x 2.794mm 

Preço: R$ 242.384

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