Produção de veículos segue emplacamentos e fecha 2022 em alta

No último ano, o país produziu mais de 2.3 milhões de veículos, o que representou um crescimento acima dos 5% em relação a 2021

Ao longo de 2022, a indústria automotiva nacional ainda sofreu com os impactos das diversas crises que afligiram o mundo, como a da pandemia de Covid-19, da guerra da Rússia contra a Ucrânia e dos semicondutores. Mesmo assim, o setor conseguiu fechar o ano no azul, conforme dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Entre janeiro e dezembro do ano passado, as marcas instaladas no Brasil produziram 2.369.659 veículos, o que representou uma alta de 5,4% quando comparado com 2021 (2.248.253). Agosto foi o melhor mês do ano com 238 mil unidades produzidas, já janeiro – ainda muito impactado pela crise dos semicondutores – foi o pior com 145,4 mil. 

“Após um primeiro quadrimestre muito difícil em função da falta de semicondutores, o setor acelerou o ritmo e conseguiu atender parte da demanda reprimida nos mercados interno e externo”, aponta Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

Caminhões e ônibus seguiram a tendência de alta e também fecharam o ano no azul. No entanto, o crescimento não foi tão exponencial como em 2021 (na época, o segmento subiu impressionantes 74,6%). Agora, a alta foi de 8,88%, com 193.480 unidades produzidas em 2022 contra 177.691 do ano anterior. 

Entre as exportações, os números foram os mais positivos possíveis. Em 2022, a Anfavea esperava um crescimento na casa dos 22%, mas a alta foi ainda maior, de 27,8%. No último ano, 480.947 veículos saíram do Brasil em direção a outros mercados, contra 376.383 de 2021. Segundo a associação, em valores, o crescimento foi ainda maior, de 37,6%.

Para este ano, a associação das montadoras prevê um crescimento de apenas 2,2% na produção. Sendo de 4,2% para veículos leves e uma queda brusca de 20,4% de caminhões e ônibus, por causa das mudanças de regra de emissões para o Proconve P8, que certamente provocará reajustes de preços. Nas exportações, a entidade também prevê uma redução, de aproximadamente 2,9%.

“A questão do crédito é o tema mais urgente a ser atacado. Precisamos de juros mais baixos para atrair mais compradores para os veículos novos, sobretudo os modelos de entrada. Além disso, temas como a reindustrialização e a descarbonização nos impõem desafios e oportunidades. Vamos continuar mantendo o diálogo com os novos governantes em nível federal e estadual, além dos parlamentares, de forma a contribuir para o fortalecimento da nossa indústria ante uma conjuntura global cada vez mais competitiva”.