Peugeot Partner Rapid, um clone do Fiat Fiorino que pode dar certo

Tivemos o primeiro contato com o furgão leve, cópia fiel do primo italiano, e o pioneiro entre os produtos divididos pelas marcas

Em 2011 a Fiat apresentava o Freemont, um SUV médio de até sete lugares que era uma cópia – quase – idêntica do Dodge Journey. O modelo foi o primeiro a nascer por conta da aquisição da Chrysler por parte da montadora italiana e surgiu antes do boom de utilitários, principalmente no Brasil. 

O grande porém do SUV foi que, ao contrário de outros mercados, não era apenas o símbolo que mudava. Para cá, a Fiat decidiu apostar em um modelo com motor e câmbio inferiores ao primo americano, o que micou completamente as vendas do utilitário por aqui. 

Se olhar rápido não tem como dizer se é um Fiorino ou o Partner Rapid.

Agora, a italiana está envolvida em outro “caso de clonagem”, mas dessa vez o alvo da cópia é ela, com o Fiorino. O furão leve, praticamente o único em atuação no Brasil, ganhou um clone francês, o Peugeot Partner Rapid, lançado neste mês no mercado nacional. 

O modelo é o primeiro projeto do grupo Stellantis – nascido da fusão da FCA com a PSA – a utilizar a base (e todo o resto) de uma marca irmã. Aparentemente, a Fiat aprendeu a lição com o Freemont e não deixou a Peugeot inventar moda com o furgão, basicamente, o Partner muda apenas os logos. Tivemos o primeiro contato com o utilitário coma versão topo de linha, a Business Pack, e seus salgados R$ 106.090. 

O Clone

Visualmente falando, a maior diferença é o para-choque frontal.

O Partner não é o primeiro modelo a ser uma cópia quase idêntica na linha de utilitários da Peugeot. O Expert e o Boxer têm irmãos gêmeos na Citroën, o Jumpy e o Jumper, mas nos dois casos, eles “nasceram” juntos. Já o furgão leve se utilizou da fama de um velho conhecido para ser “clonado”.

Como dissemos, eles são quase idênticos, para diferenciar o francês do irmão italiano, além do leão símbolo da Peugeot, o Partner ganha para-choque exclusivo, o logo na traseira em um aplique de plástico (no Fiorino é estampado direto na chapa da porta) e ele conta com calotas protegendo as rodas de aço. De resto, é tudo igual, inclusive na cabine.

A cabine é idêntica a do Fiorino.

Por dentro, a única diferença é o leão, ostentado no centro do volante, que conta com regulagem de altura de série, de resto, tudo igual. O painel de instrumentos tem um cluster com computador de bordo de seis funções, conta-giros e hodômetro parcial digital, faltou um velocímetro digital. 

A cabine é escurecida e conta com inúmeros porta-objetos, totalizando 18,5 litros de espaço, inclusive um específico para maquininha de cartão. Mas faltou alça de apoio, o famoso “PQP” no lado passageiro e luz e espelho nos dois para-sóis. O acabamento é simples mas bem-feito, afinal, é um veículo de trabalho. 

Devia ser melhor

Computador de bordo, mas sem velocímetro digital.

A lista de equipamentos, mesmo para um modelo voltado para o trabalho, é fraca, principalmente para a versão topo de linha, a Business Pack e seus salgados R$ 106 mil. O Partner Rapid conta, resumidamente, com itens básicos e até um deles não está presente. 

Ele conta com ar-condicionado, direção hidráulica, banco do motorista e volante com regulagem de altura, travas e vidros elétricos, predisposição para rádio, protetor de cárter, alarme, chave canivete, controles de tração e estabilidade, alerta de frenagem de emergência, auxiliar de partida em rampa e luz de circulação diurna halógena.

Ao menos, ar-condicionado de série.

Faltam, além dos itens já citados como a alça de apoio, os espelhos e luz nos para-sóis e o velocímetro digital, retrovisor elétrico e sensor de estacionamento, que traria maior segurança nas manobras, até por se tratar de um veículo com baixa visibilidade para a traseira. 

O ponto forte, claro, é a área de carga. Ela conta com 3,3 metros cúbicos de volume aptos a comportar até 650kg, protetor de cargas – item que não compartilha com o irmão – e de fácil limpeza, iluminação, quatro ganchos de amarração, um espaço extra acima da cabine (com 10kg de capacidade) e abertura de até 180º ​das portas​, muito útil na hora de carregar e descarregar.  

Lição aprendida

O furgão até que poderia contar com um motor melhor, mas o consagrado 1.4 atende bem.

Como falamos, o grande porém do Freemont foi o conjunto mecânico. Há época, ele veio com motor e câmbio bem inferiores ao do “original” Journey. Dessa vez, a Fiat está do lado contrário da “clonagem”, e “liberou” as mesmas caixas que utiliza no Fiorino. 

Com isso, o Partner Rapid é equipado com o consagrado propulsor 1.4 Fire Evo flex de 86 cavalos e 12,2kgfm de torque, aliado ao câmbio manual de cinco velocidades e direção hidráulica. O motor passou recentemente, na atualização do Fiorino, por adequações para atender as normas do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos (Proconve L7).

O câmbio, velho conhecido na Fiat, trabalha bem.

O mais interessante dele é que, olhando os números frios, pode parecer fraco, mas não é, pelo contrário. A caixa de força faz o furgão leve andar bem – certo que, no nosso breve contato com o modelo, rodamos com ele vazio, o que facilita a condução –, mas o propulsor permite saídas e retomadas honestas, sem sustos.  

A direção hidráulica se mostra pesada, perto da modernidade das elétricas, poderia ter evoluído. A suspensão, com a área de carga vazia, trabalha bem, o que significa que carregado ele não terá problemas na hora de rodar. Assim como o motor, o câmbio é velho conhecido e também atua bem, com bons encaixes, o que permite trocas suaves. 

A opinião do Diário Motor

Peugeot Partner Rapid.

Como falamos, aparentemente, a Fiat aprendeu a lição com o Freemont/Journey e, ao “emprestar” o Fiorino para a Peugeot clonar, as duas marcas, agora irmãs, resolveram realizar alterações apenas visuais, o que contribui para uma possível melhor aceitação ao Partner, já que usa a base – e todo o resto – de um modelo consagrado no mercado. 

A questão que fica é, por que um Partner e não um Fiorino? É meramente escolha pelo símbolo diferente. Mas o leão consegue entregar dois itens que não estão no primo, o protetor no piso da área de carga e o repetidor de setas nos retrovisores, e pelos mesmos salgados R$ 106.090, resta saber se você quer levar um francês ou um italiano para o trabalho.  

Para quem precisa deste tipo de carro para trabalhar, infelizmente não há muitas opções. Então, mesmo faltando algumas coisas, e com um preço – assim como todo o mercado brasileiro de veículos – surreal, e pela funcionalidade, pode valer a compra! Nota: 7.

Ficha Técnica

Motor: 1.4 

Potência máxima: 84cv

Torque máximo: 12,2kgfm 

Direção: hidráulica

Suspensão: independente na dianteira e eixo rígido na traseira

Freios: a disco na dianteira e tambor na traseira

Capacidade de carga: 650kg 

Dimensões (A x L x C x EE): 1.900 x 1.643 x 4.407 x 2.716mm 

Preço: R$ 106.090

1/21Peugeot Partner Rapid, um clone do Fiat Fiorino que pode dar certo. Fotos: Geison Guedes/DP.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.Peugeot Partner Rapid.