Peugeot 208 Style T200: um leão turbinado e divertido de guiar

Testamos a versão intermediária do hatch com o moderno motor 1.0 turbo, que garante uma condução leve e prazerosa

Em 1929, a Peugeot apresentou seu primeiro veículo de produção em série, o 201. Nascia ali uma tradição da francesa – quebrada apenas na geração 03 – de todos os modelos compactos da marca começarem com o numeral 2, seguido do 0 e o último número indicando qual geração seria, com o 201, sendo o primeiro deles.

O modelo 202 veio em 1938, praticamente em meio a Segunda Guerra Mundial, com visual de veículo moderno – para a época – e não mais de charrete motorizada. A 203 foi a única que fugiu ao padrão de compacto, pois era um sedã médio, lançado em 1948. O 204, apresentado em 1965, foi o último a ter apenas carroceria de três volumes. 

A década de 1980 marcou a primeira grande revolução na família 2 da marca, com o clássico 205, o primeiro hatch compacto da Peugeot (embora o 104 tenha sido lançado antes, em 1972, mas era um minicar). Em 1998 veio o mais famoso da linha, o 206, sucesso absoluto na Europa e no Brasil. Por aqui, o grande porém foi o 207, que no nosso mercado era apenas um facelift mal feito do 206 e que apresentou diversos problemas.

Em 2012, a Peugeot lançou o 208. Sete anos depois, em vez de apresentar o 209, a marca optou por uma segunda revolução ao apresentar a geração do 208, que rapidamente ganhou destaque como o hatch com o visual mais distinto no mercado, embora faltasse um motor à altura. Graças a Fiat, este “problema” foi resolvido em 2023, com a adição do T200, como na versão Style, o nosso “Teste da Vez” e seus R$ 111.490.

Novo foco

Desde a fusão com a FCA, a Peugeot vem passando por uma reposicionamento de marca.

Claro que pedir mais de R$ 110 mil em uma versão intermediária de um hatch de entrada está longe de ser barato. Mas carro continua caro no Brasil, tanto que, nesta nova fase, a Peugeot assume uma posição diferente no mercado. Quando lançou a atual geração do 208, ela ainda não fazia parte do grupo Stellantis, que surgiu da fusão da PSA (Peugeot e Citroën) com a FCA (Fiat, Jeep, etc) e apresentou o compacto com preços nas alturas.

Agora, com o novo reposicionamento – a francesa assume um papel de ligação entre as marcas de entrada (Fiat e Citroën) e as premium (Jeep e Ram) dentro do grupo, sendo uma espécie de “premium de entrada” – com isso, o 208 Style é o intermediário mais barato entre os rivais turbinados e o quarto no geral, contando os aspirados também, atrás apenas dos primos Fiat Argo e Citroën C3 e do Toyota Yaris.

Dentes de sabre

O visual é um dos mais elegantes da categoria.

O visual sempre foi um ponto forte da Peugeot, e o atual 208 não é exceção – vamos deixar de lado a geração 07. Quando ele foi apresentado, surgiu com um estilo ainda mais ousado, apesar de uma controvérsia animal. O símbolo da francesa é um leão, mas o hatch conta com um detalhe que lembra as presas do tigre dentes de sabre.

A peça, em LED, serve como luz de circulação diurna e confere ao hatch um dos designs mais distintos da categoria, especialmente com o alinhamento da grande grade frontal. Mas como ainda não é o facelift do modelo, ele passou apenas por uma adição de motorização, a base do design foi mantida, com pequenas adições.

A Style é a versão intermediária e com estilo mais esportivo do 208.

A versão que testamos, a Style T200, possui rodas de 17 polegadas com design exclusivo e acabamento em preto brilhante e diamantado, além de uma ponteira cromada esportiva. Ela mantém o spoiler e o nome da configuração em um tom azulado na coluna C.

Por dentro, bancos em tecido e couro, interior escurecido com costuras em azul, pedais esportivos em alumínio, tapetes bordados com o nome da versão e o clássico teto solar panorâmico fixo, que não abre, mas garante uma visão diferenciada, principalmente à noite. Ele faz parte, junto com outros dois detalhes, dos destaques da cabine.

O espaço interno, principalmente traseiro, não é o forte do 208.

Um deles é o volante esportivo de base dupla achatada, que proporciona uma direção mais esportiva, e o outro são os comandos estilo tecla de piano. Mas a Peugeot poderia ter aproveitado para reformular a tela da central multimídia, que não tem uma resolução muito boa e, mesmo sendo um display grande, a parte onde mostra a câmera de ré, é pequena.

No entanto, o grande porém do 208, além do preço, se mantém, já que não houve nenhuma alteração de tamanho, que é o espaço interno. Mesmo para um hatch compacto, ele é apertado para quem vai atrás, até quatro pessoas é preciso um ajuste para não ficar desconfortável. Já o porta-malas leva excelentes 311 litros, um dos maiores da categoria.

Dentro do esperado

Um dos destaques da lista de equipamentos é o painel digital e 3D.

Como uma versão intermediária, dentre as configurações turbo do 208, a Style conta com uma lista de equipamentos equilibrada, os destaques ficam pelo já mencionado teto panorâmico, o painel de instrumentos 100% digital e com visualização 3D, conjunto óptico full LED e sistema de visão traseira 180º.

No mais, itens comuns, como a central multimídia com tela de 10,3 polegadas e conexão sem fio via Android Auto e Apple CarPlay, ar-condicionado digital, vidros elétricos nas quatro portas, sensor de estacionamento, carregador por indução, iluminação interior traseira, chave sensorial e partida por botão.

Sotaque italiano

O motor T200 é usado também pela Fiat e pela Citroën.

Se os números de configuração do motor T200 do 208 parecem familiares, é porque realmente são. O propulsor é o mesmo utilizado pela Fiat no Pulse, Fastback e Strada, e mais recentemente, pelo Citroën C3 Aircross. O hatch da Peugeot foi o primeiro modelo fora da italiana no grupo Stellantis a contar com a caixa de força.

Como nos primos, ela gera bons 130 “leões” quando abastecida com etanol e 125 cavalos com gasolina. Como o nome indica, são 200Nm (20,4kgfm) de torque, com ambos os combustíveis. A transmissão também é do lado italiano da família, a nova automática do tipo CVT com sete marchas simuladas, com opção de troca pela alavanca do câmbio. 

O botão para ativar o modo Sport fica praticamente escondido.

Ele também possui um modo Sport, mas, ao contrário dos modelos da Fiat, o botão de ativação não é tão visível e fica meio escondido do lado esquerdo do volante. A direção é elétrica e a suspensão dianteira recebeu um ajuste exclusivo. A união do motor com o câmbio é a mesma vista nos primos italianos. 

Normalmente, esse tipo de câmbio tende a tornar os propulsores turbo mais monótonos, especialmente nas saídas, mas isso não acontece com o 208. Ele acelera bem, com vigor e ganha velocidade facilmente. Assim, tanto as ultrapassagens, quanto as retomadas são feitas com extrema facilidade. O hatch francês tem uma condução ágil e prazerosa. 

Apesar de CVT, o câmbio não atrapalha a condução.

Outro ponto positivo é o isolamento acústico, não há excesso de ruído vindo do cofre do motor, clássico câmbios CVT. Pelo contrário, como a Style tem ponteira cromada, o 208 até faz um barulhinho de esportivo, deixando a direção ainda mais divertida.

Os ajustes na suspensão, principalmente na dianteira, ajudaram o hatch a ter um controle melhor em curvas e a receber bem os impactos dos – inúmeros – desníveis no asfalto, mesmo com as rodas grandes de 17 polegadas e pneus de perfil mais fino, medindo 205/45. O consumo, com média de 11,7km/l, foi mediano.

A opinião do Diário Motor

Peugeot 208 Style T200.

Desde o lançamento da nova geração, o 208 tinha dois grandes problemas: o preço e a falta de um motor turbo. O primeiro, continua salgado, mas está alinhado com o resto da categoria, até um pouco mais em conta do que a maioria dos rivais. E, o segundo, finalmente foi corrigido com a chegada do propulsor T200 da Fiat.

A caixa de força dá uma sobrevida muito interessante ao hatch, que finalmente deixa de ser apenas um “rostinho bonito”. O motor garante uma boa vitalidade ao 208, deixando a condução dinâmica, ágil e divertida. A Style, intermediária, tem bons equipamentos e visual mais esportivo. Com um preço dentro do padrão atual, vale a compra! Nota: 9.

Ficha Técnica

Motor: 1.0 turbo

Potência máxima: 130cv 

Torque máximo: 20,4kgfm 

Transmissão: automática CVT

Direção: elétrica

Suspensão: independente na dianteira e travessa deformável na traseira

Freios: a disco na dianteira e tambor na traseira 

Porta-malas: 311 litros

Dimensões (A x L x C x EE): 1.453 x 1.960 x 4.055 x 2.538mm 

Preço: R$ 111.490

1/59Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200: um leão turbinado e divertido de guiar (fotos: Geison Guedes/DP).Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.Peugeot 208 Style T200.