Nissan Frontier Attack, uma picape de estilo aventureiro e ‘raiz’

Testamos a versão intermediária da japonesa de apelo off-road, mas que desliza na lista de equipamentos e, ‘para variar’, no preço

Antigamente, quando falávamos de picapes, principalmente as médias, o assunto era sobre veículos grandes, robustos, sem muito requinte, com motor diesel, alta capacidade no fora de estrada e uma caçamba generosa para levar muita coisa, especialmente em ambientes de trabalho pesado. 

No entanto, ao longo do tempo, o foco das caminhonetes foi mudando, mas sem perder algumas características clássicas, como motor diesel, tração 4×4 e grande capacidade de carga (acima de uma tonelada) e de reboque, sem falar na usabilidade diversa da caçamba, que cada vez mais ganha acessórios para permitir um uso diverso e mais prático.

Dessa forma, passou a ser comum, principalmente nas versões topo de linha, um foco mais urbano, com alta tecnologia (tanto de comodidade, quanto de segurança) embarcada, para atrair cada vez mais clientes que não necessariamente usaram a picape para o trabalho, mas como carro do dia a dia e, às vezes, para ir ao sítio aos fins de semana. 

Para não perder completamente o estilo original mais robusto, ou como costumam dizer “raiz”, diversas marcas contam com versões, geralmente intermediárias, focadas no estilo aventureiro, off-road. Uma das das maiores expoentes deste estilo é a Nissan Frontier Attack, o nosso “Teste da Vez”, e seus R$ 275.790.

Escurecida

São muitos detalhes em preto fosco e brilhante.

No início do ano passado, a Frontier recebeu o facelift de meio de geração, a quarta no Brasil, e ganhou um visual bem mais robusto, principalmente o dianteiro, com uma grade frontal proeminente. Na Attack, a peça é toda em preto fosco, inclusive na moldura que pega a ponta do capô e onde leva o nome da picape em baixo relevo. 

O tom escuro também é visto na parte central do para-choque, nas molduras das luzes de apoio, nas rodas, estribos laterais do tipo plataforma, no santo antônio na caçamba e no para-choque traseiro, que ainda conta com um degrau para auxiliar no acesso a área de carga. Os retrovisores, maçanetas e o rack de teto também são em preto, mas brilhante. 

Faltaram protetor e capota marítima na caçamba.

Como de costume, desde a primeira geração, a Attack tem uma série de adesivos pela carroceria, para apontar ainda mais o estilo off-road da japonesa. Para a atual versão, ela tem o nome junto com o termo 4×4 em uma serigrafia diferenciada nas laterais da caçamba. O capô e a base das portas inferiores também contam com adesivos diferenciados.

Por fora, a mancada fica justamente na área de carga. Mesmo custando mais de R$ 270 mil, a Attack não vem com protetor de caçamba e capota marítima de série, são acessórios. Com isso, qualquer objeto vai arranhar a pintura, que fica ainda mais visível quando na cor branca, como a unidade que testamos. 

O interior é praticamente o mesmo em todas as versões.

Ao contrário do exterior, a cabine passou por pouquíssimas alterações no facelift, também presentes na Attack. De novo, o volante, que fica alinhado com os demais modelos da Nissan, os bancos, que na aventureira tem acabamento em tecido e no painel de instrumentos, que ganhou uma tela TFT de sete polegadas. 

Como de costume deste tipo de veículo, o material empregado no interior é mais rústico, por assim dizer, com plástico duro por tudo que é lugar. O espaço traseiro é praticamente idêntico ao de todas as picapes médias, levando quatro adultos com bastante conforto. Destaque para a saída de ar voltada para a segunda fileira de bancos. 

Sem novidades

A motorização também não foi alterada.

Apesar da grande modificação no visual, a Nissan não mexeu no conjunto mecânico da Frontier. Assim como as versões topo de linha, a Attack utiliza o conhecido motor 2.3 biturbo de 190 cavalos e 45,9kgfm de torque, aliado ao câmbio automático de sete velocidades, direção hidráulica (deveria ser elétrica – o maior porém da japonesa) e a tração 4×4.

Apesar de não alterar os números do conjunto, há algumas novidades. A primeira é a adoção de freios a disco nas quatro rodas. A suspensão multilink (única do segmento) foi recalibrada e, para adequar a motorização ao Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos (Proconve L7), ela passa a contar com Arla 32. 

Ela ganhou modos de condução ativados por um botão.

Uma novidade é a adoção de modos de condução, algo raro em picapes. Agora, a Frontier conta com opção Eco, Normal e Sport. Na esportiva, a caminhonete fica bem mais arisca, com acelerações fortes e trocas de marchas em rotações mais altas. Na econômica, a ideia é inversa, com uma tocada mais contida, focando na economia de combustível. 

Assim, mesmo não sendo o mais potente do mercado, o motor trabalha bem no asfalto, permitindo manobras com segurança. Ultrapassagens e retomadas de velocidades são feitas com facilidade, basta pisar no acelerador, esperar o turbo encher – como qualquer modelo diesel – que ela acelera bem. Se estiver no Sport, a aceleração é ainda mais arisca.

A transmissão automática também é a mesma.

A transmissão também trabalha bem, sem trancos nas trocas e conta com opção de alternar manualmente pela própria alavanca. A suspensão, já diferenciada, está ainda melhor com os novos ajustes. Aquele “quique” natural de picape foi praticamente extinguido, mesmo com ela vazia. O rolar está mais macio, o que deixa o uso mais confortável.

Um ponto que deveria ter sido alterado era sobre a direção, que é hidráulica, em vez de elétrica, que deixaria o volante mais leve, principalmente na hora de estacionar e mais firme em velocidade, o que otimizaria a segurança. O consumo ficou na média da categoria, durante o teste, rodando por vários tipos de terreno, ela marcou 9,5km/l.

Foco no off-road

O sistema de tração é o consagrado de sempre.

Como falamos, a Attack tem um estilo ainda mais off-road e, como outras versões da picape japonesa, ela trata o terreno fora de estrada como se estivesse no asfalto. Mesmo em vias de cascalho solto, o sistema 4×4 faz com que a viagem seja tranquila e segura. 

O sistema 4×4 trabalha bem, como o de qualquer modelo da categoria. Um fator faz ela se destacar, os pneus ATR de uso misto. Com eles, muitas manobras no fora de estrada são feitas com ainda maior facilidade. Como os compostos são preparados para rodar em qualquer terreno, há momentos que bastam para eles superarem obstáculos.

Os pneus ATR são um suporte a mais no uso fora de estrada.

Com os ATR, mesmo em trilhas mais pesadas com bastante cascalho, lama ou valas, quase não é necessário utilizar a tração reduzida. Assim, acaba que o sistema não é forçado ao extremo a todo momento, o que, com certeza, aumentará a vida útil da tração. 

Outro fator interessante é que, ao transpor áreas alagadas com muita lama, se o sistema identificar que não há tração, que as rodas estão girando livre, os controles atuam e cortam a aceleração para que os pneus não cavem, fazendo com que o veículo atole. Com isso, basta ativar o sistema 4×4, ou a reduzida, que a picape “se solta” com facilidade. 

Intermediária

Os equipamentos são mais singelos na Attack.

A lista de equipamentos da Frontier Attack não se destaca muito, como é comum em versões intermediárias, ela não apresenta nada demais neste quesito. Mesmo superando os R$ 275 mil, vem apenas com ar-condicionado manual com saída para a traseira, vidros, travas e ajustes dos retrovisores elétricos, piloto automático, direção hidráulica. 

Ela ainda conta com câmera de ré, central multimídia com tela de oito polegadas, conexão com smartphone via Android Auto e Apple CarPlay com fio, quatro portas USB e três tomadas 12V, painel de instrumentos com display TFT de sete polegadas, seis airbags, controles de tração e estabilidade e auxiliares de descida e subida em rampa. 

A opinião do Diário Motor

Nissan Frontier Attack.

Quando falamos de picape, a Nissan Frontier é sempre uma boa opção, seja em qual comparativo for. Com um conjunto mecânico ajustado, o único deslize é a direção hidráulica, todas as versões da picape merecem uma atenção na hora de levar uma caminhonete para casa e com a Attack não é diferente. O preço, como sempre, é um dos principais poréns da japonesa. 

Mas comparada com outras versões intermediárias, ou especiais de apelo off-road, ela é, de longe, a menos cara – sem falar na série de descontos que a Nissan anda concedendo. A única que chega perto é a Ford Ranger Storm, mas que não existirá na nova geração, ao menos por agora. Dessa forma, para quem não procura uma topo de linha e deseja levar uma picape média para casa, a Attack vale o teste com possível compra! Nota: 7.

Ficha Técnica

Motor: 2.3 biturbo diesel

Potência máxima: 190cv

Torque máximo: 45,9kgfm 

Direção: hidráulica

Suspensão: independente nas quatro rodas

Freios: a disco nas quatro rodas

Capacidade de carga: 1.030kg 

Dimensões (A x L x C x EE): 1.860 x 1.850 x 5.260 x 3.150mm 

Preço: R$ 275.790

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