GWM Haval H6 PHEV19, versão nova e bem ajustada do SUV chinês
As primeiras impressões do utilitário híbrido mostram que a marca acerta ao apostar em mais uma opção plug-in para o modelo
São Paulo (SP) – Ao longo da história, a indústria automotiva sempre foi um segmento que demorava mais do que os demais para evoluir. O processo evolutivo de um veículo era lento e caro. O comum era uma tecnologia surgir em modelos super premium ou de luxo e, ao longo dos anos ser lentamente popularizado.
A rapidez com que novas tecnologias começaram a surgir mudaram completamente a indústria automotiva. O que antes às vezes demorava mais de uma década para ser expandido, atualmente pode levar apenas poucos anos. Um bom exemplo é a mudança brusca das motorizações, que rapidamente pularam do downsize para a eletrificação.
Na metade final da última década, ou seja, há menos de 10 anos, as marcas começaram a apostar no chamado downsize, um processo no qual uniu motores pequenos a sistemas de turbo, gerando propulsores com alta potência e baixo consumo, muito visto nos 1.0 turbo, mas em outras calibrações também.
Atualmente algo parecido vem acontecendo, mas com a união de motores a combustão com elétricos. Um exemplo interessante é do novo GWM Haval H6 PHEV19, que fomos até São Paulo conhecer de perto. O SUV médio recém lançado no Brasil conta com essa junção, que garante uma potência de 326 cavalos e 54kgfm de torque. Para se ter uma ideia, há cinco anos, grandes propulsores V6 não chegavam perto destes números.
Precificação
O preço oficial do novo Haval é R$ 239 mil (durante a pré-venda, que encerra no próximo dia 21, ele custa R$ 10 mil a menos). A concorrência dele é um pouco disforme. O principal rival é o conterrâneo BYD Song Plus, que sai pelos mesmos R$ 239. Outro modelo de origem chinesa e no mesmo valor é o Caoa Chery Tiggo 8, que também é híbrido plug-in.
Há ainda outros dois modelos nesta configuração, mas que fogem completamente dos preços dos chineses. O Jeep Compass 4xe sai por insanos R$ 347.300 (R$ 108 mil a mais). Já o Toyota RAV4, na versão híbrida plug-in, custa irreais R$ 402.420, é R$ 163.420 a mais do que o Haval, ou seja, o valor de um Ora 03 Skin e com sobra.
Potência ajustada
Como falamos, o H6 PHEV19 conta com motores a gasolina e elétrico que, juntos, geram 326 cavalos e 54kgfm de torque. A marca percebeu um vácuo entre o HEV e o PHEV34, tanto de potência, quanto de capacidade da bateria. Assim, a nova versão é bem ajustada, tem mais força que a opção de entrada e não é insanamente potente como as outras.
O que muda nela é a capacidade do motor elétrico, o propulsor a combustão continua o 1.5 turbo, e a bateria. Como o nome indica, ela tem 19kWh de capacidade, o que, segundo dados do Inmetro, pelo Selo Conpet, garante uma autonomia de 110 quilômetros no modo elétrico, que nas “Primeiras Impressões”, não foi possível confirmar.
No teste realizado durante o lançamento do modelo, rodamos por mais de uma hora por São Paulo capital utilizando somente o modo elétrico. Ou seja, ele é mais do que suficiente para o dia a dia das grandes cidades. Se você conseguir instalar o carregador em casa, não se preocupará em ir a um posto de gasolina nem tão cedo.
Mesmo rodando apenas no modo elétrico, o SUV é bastante esperto, com acelerações rápidas e seguras. Claro que ele não tem a “explosão” de potência que o PHEV34 e o GT têm, mas mesmo assim, garante uma dirigibilidade sem preocupações, permitindo manobras como ultrapassagens, saídas e retomadas de velocidade com segurança.
Apesar do breve contato, outro ponto do conjunto mecânico chamou a atenção, a suspensão. O sistema é firme o suficiente para garantir um conforto extra na cabine. A GWM acertou bem na calibração para o mercado brasileiro, ela não é nem muito dura, nem muito molenga, ou seja, no ponto ideal para viagens confortáveis.
Outro detalhe da direção é a quantidade de sensores que auxiliam em uma condução segura. O SUV conta com sistemas que fazem a leitura em volta do veículo a todo momento, mostrando tudo no painel, do que está acontecendo do lado de fora. Assim, o motorista fica mais alerta ao realizar uma mudança de faixa ou se aparece algo à frente.
Mudança interna
No visual, a única diferença para as versões HEV e PHEV34 do PHEV19 são as rodas, que ganham desenho exclusivo, e o interior. Por fora, é exatamente tudo igual, sem tirar nem pôr. Até porque, o utilitário chinês foi lançado há pouco mais de um ano no Brasil, não faria sentido receber uma atualização visual grande por agora.
Por dentro, a maior diferença fica pelas cores, tanto dos bancos, quanto do filete no painel, portas, volante e manopla giratória do câmbio. Este é o maior ponto de contra-senso do design do SUV. Na nova versão, este detalhe é em bronze, que foge completamente do resto do acabamento, que conta com breto brilhante e bancos alvinegros.
De resto, o visual permanece igual, com destaque para as telas da central multimídia e do painel de instrumentos, o console central elevado e o gigante teto solar panorâmico, que passa a ser de série em todas as versões (no lançamento do modelo, ele era opcional).
Além disso, o acabamento é muito bem-feito, sem nenhum tipo de rebarba ou peça mal encaixada. Por ser um SUV médio, ele leva cinco adultos com certo conforto, claro que, com quatro, a viagem fica melhor, mas um quinto passageiro não gera tanto aperto. O porta-malas tem tamanho excelente, com generosos 560 litros.
Topo de gama
Um diferencial do Haval H6 é que a lista de equipamentos não muda de um modelo para outro, apenas o conjunto mecânico. Com isso, mesmo sendo uma versão abaixo da PHEV34 e da GT, a PHEV19 é tão bem equipada quanto, com itens dignos de configuração topo de linha.
Com isso, ele vem com update de software via nuvem, controle remoto do veículo pelo celular, central multimídia de 12,3 polegadas com quatro portas USB e conexão sem fio para celulares via Android Auto e Apple CarPlay, ar-condicionado dual zone com saída para a traseira, bancos dianteiros elétricos com ventilação.
Carregador de indução para smartphones, chave sensorial inclusive para o porta-malas, que tem abertura elétrica por sensor de presença, GPS nativo, wi-fi, retrovisores rebatíveis, o teto solar panorâmico elétrico, head-up display e painel de instrumentos 100% digital.
Na parte da segurança, ele vem com sistema ADAS nível 2+ que agrega piloto automático adaptativo com Stop & Go, frenagem automática de emergência dianteira com detecção de pedestres, bicicletas e motos e de tráfego cruzado traseiro, monitoramento de pontos cegos, centralização de permanência de faixa, alerta de perigo de abertura de portas, reconhecimento de placas de trânsito, auto reverse assistance e parking assist.
A opinião do Diário Motor
O grande acerto da GWM é dar mais opções aos clientes. Ao perceber que existia uma lacuna, tanto de preço, quanto de motorização, entre a opção de entrada e a primeira plug-in, a chinesa permite uma melhor escolha para quem busca um SUV médio híbrido em uma faixa de preço, para o atual momento do mercado, interessante.
Com uma lista de equipamentos acima da média, principalmente na parte de segurnaça com o sistema ADAS, um conjunto mecânico equilibrado aliando boa potência total com alta capacidade elétrica, o mais novo SUV híbrido do pedaço se mostra uma boa escolha para quem procura um utilitário deste porte e faixa de preço. Vale a compra! Nota: 9.
Ficha Técnica
Motor: híbrido plug-in
Potência máxima: 326cv
Torque máximo: 54kgfm
Transmissão: automática
Direção: elétrica
Suspensão: independente nos dois eixos
Freios: a disco nas quatro rodas
Porta-malas: 560 litros
Dimensões (A x L x C x EE): 1.729 x 1.886 x 4.683 x 2.738mm
Preço: R$ 239 mil
1/33
*Viagem a convite da GWM