Ford ‘esquece’ isenção de imposto e cobra um absurdo na Maverick Hybrid
Mesmo sendo US$ 2 mil a menos que a variante a combustão nos EUA e não ter a taxa de importação incidida, ela chega pelo preço da FX4
A Ford tinha tudo para alavancar as vendas da Maverick no Brasil. A picape intermediária da americana chegou por aqui com uma falha grande na lista de equipamentos e um preço estratosférico, mas contava com um “supertrunfo”, uma configuração híbrida. Até então disponível apenas no mercado norte-americano.
A montadora finalmente traz a versão híbrida da caminhonete para cá, se tornando a primeira marca a ter uma picape eletrificada no Brasil. O que poderia ser uma grande aposta da americana, se mostra mais um erro, pois a Ford insiste em cobrar “rios” de dinheiro no produto.
Nas palavras da própria Ford, a Hybrid chega no mesmo valor da FX4 movida puramente a gasolina, ou seja, insanos R$ 244.890, o que, segundo ela, facilitaria a opção do consumidor pela nova tecnologia. No entanto, o que a americana não diz, é que a Maverick híbrida nos Estados Unidos, é US$ 2 mil mais barata que a variante a combustão.
Ou seja, só neste aspecto e pegando apenas a conversão, a Hybrid deveria ser cerca de R$ 10 mil mais barata. Porém, há um outro problema, até o momento – enquanto o governo não acabar com a isenção –, veículos eletrificados não pagam os 32% de taxa de importação (alguns casos pagam, mas apenas 2%), ou seja, a Maverick Hybrid deveria custar cerca de R$ 160 mil.
Não satisfeita em cobrar mais de R$ 80 mil do que realmente deveria, a Ford ainda comete o mesmo erro na Hybrid visto na FX4. Para se ter uma ideia, mesmo custando absurdos R$ 244 mil, ela não conta com sensor de estacionamento ou capota marítima de série. Sensor de chuva, alerta de ponto cego e piloto automático adaptativo, passam longe também.
A lista de equipamentos da novidade vem com sete airbags, frenagem automática com detecção de pedestres e ciclistas, controle de tração e estabilidade, faróis em LED, câmera de ré, assistente de partida em rampa e monitoramento de pressão dos pneus
Ela ainda conta com painel digital com tela 6,5 polegadas, central multimídia (que na~po é o SYNC 3) com display de oito polegadas e conexão com fio via Android Auto e Apple CarPlay, chave sensorial, partida por botão, abertura da porta por teclado, ar-condicionado digital dual-zone e quatro portas USB.
O visual é o mesmo da FX4, tanto interno, quanto externo. Como na versão puramente a combustão, a Maverick Hybrid leva apenas 659kg na caçamba, número inferior a de modelos compactos, menores e menos potentes que a americana.
O conjunto mecânico não é nada desconhecido no Brasil, pois já foi visto no falecido Fusion Hybrid. Assim como o sedã, a picape utiliza um propulsor a combustão de ciclo Atkinson 2.5 aliado a um elétrico que, juntos, geram 194 cavalos, ou seja, quase 60 a menos que a FX4. O grande foco, claro, é o consumo, segundo a Ford, ela fará 15,7km/l na cidade e 13,6km/l na estrada, com uma autonomia de aproximadamente 800 quilômetros.
O motor Duratec 2.5 está acoplado a uma transmissão e-CVT de última geração, onde estão integrados o motor de tração elétrico e também um gerador. Os dois propulsores trabalham de forma isolada ou em conjunto no acionamento da tração dianteira. Essa seleção é feita automaticamente, sem ação do motorista.
Ela ainda tem freio regenerativo com assistência em rampas, grade aerodinâmica ativa, sistema Auto Start-Stop e pneus de alta eficiência, para otimizar ainda mais o consumo que, segundo dados do Inmetro, o combinado (estrada mais cidade) é de 14,6km/l.
A bateria de tração, de células de íons de lítio, tem capacidade de 1,1kWh e potência máxima de 27kW. Ela pesa 27kg, conta com um sistema de arrefecimento líquido e é compacta, o que possibilitou sua instalação sob o assoalho sem interferir no espaço.
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