‘Doce veneno do escorpião’: as primeiras impressões do Fastback Abarth
O mais novo modelo da italiana com selo da divisão esportiva da marca tem uma pegada divertida e verdadeiramente esportiva
Campinas (SP) – No mundo automotivo, praticamente desde sempre, as montadoras buscam um quê de esportividade em seus modelos, mesmo aquelas que não nasceram com este intuito. Com a proposta de apimentar os veículos, diversas marcas criaram, ou se aproveitaram, de divisões esportivas especializadas em “envenenar” os carros.
As divisões mais famosas são as alemãs, com AMG na Mercedes-Benz, M na BMW e RS na Audi. Mas há diversas outras, como Nismo na Nissan, R.S. na Renault, GR na Toyota, N para Hyundai, SRT com Dodge e Abarth na Fiat. Esta última é a que melhor traduz o termo “envenenar”, pois conta com um escorpião como logo desde a sua fundação em 1949.
O modelo é o segundo SUV da marca a receber o ‘selo’ do escorpião.
Criada pelo engenheiro Carlo Abarth como uma equipe de competição baseada na preparação de outros modelos, a marca do escorpião representa bem o “envenenamento” dos veículos. Na década de 1960 ela começa a utilizar carros da Fiat, que em 1971 compra a empresa e, a partir de então, passa a ser a oficialmente a divisão esportiva da italiana.
Por aqui, o primeiro modelo com o “selo do escorpião” foi o Stilo, em 2002. O segundo veio em 2014 com o 500. A marca retornou ao Brasil no ano passado com o Pulse e, pela primeira vez, conta com dois modelos simultâneos, com o recém lançado Fastback Abarth, que fomos até Campinas ver de perto e tirar nossas “Primeiras Impressões”.
Alinhamento de versões
Com a Abarth, o Fastback conta com duas opções com motor 1.3 T270.
Lançado no ano passado, o Fastback tinha como topo de linha a versão Limited Edition Powered By Abarth, uma configuração esportivada, bem comum em modelos nacionais que contam apenas apenas com um visual mais apimentado. Quando a marca divulgou a Abarth, a expectativa era que a Limited fosse descontinuada, o que não ocorreu.
Ela se mantém no line-up do SUV, inclusive com a motorização 1.3 T270, como segunda opção mais completa e com uma redução de preço, para R$ 154.490. A ideia da marca é que quem deseja um modelo menos agressivo, vai na Limited e quem pretende pegada uma mais apimentada, ou envenenada, pode optar pela Abarth, que parte de R$ 159.990.
Pelo escorpião
O escorpião está presente em várias partes do veículo.
Ao contrário da opção Limited Editon, a Abarth é uma legítima esportiva. Como o irmão Pulse, o Fastback ganha diversos detalhes diferenciados, tanto no visual, quanto no conjunto mecânico, além de equipamentos exclusivos para a nova configuração.
Na parte visual, as diferenças são muitas, começando pela dianteira, que conta com o logo do escorpião, em vez do nome “Fiat” na grande frontal, que tem um desenho próprio também. O acabamento, quando não é na cor da carroceria, é em preto brilhante ou fosco, as rodas são exclusivas para a versão esportiva.
O interior tem acabamento em preto com detalhes em vermelho.
Outro ponto diferenciado é que a Abarth não vem com as caixas de rodas em preto, como nas demais versões, o que deixa o visual ainda mais esportivo, principalmente aliado com as saias, vistas nos para-choques e nas laterais. Na traseira, a ponteira dupla de escape tem função visual e sonora, já que apresenta um ronco verdadeiramente esportivo ao SUV.
Por dentro, o design segue o padrão da carroceria. O escorpião é visto no centro do volante, em baixo relevo nos assentos, na coifa do câmbio e no painel. Há ainda diversos detalhes em vermelho espalhados pela cabine, como nas costuras dos bancos, painel, portas, apoio de braço e manopla da transmissão. O teto e as colunas são preto, otimizando o estilo esportivo.
“Veneno” completo
A lista de equipamentos é honesta.
Por ser a versão topo de linha do Fastback, a Abarth tem uma lista de equipamentos honesta, ela vem com painel de instrumento com tela de sete polegadas e informações exclusivas como pressão do turbo, força G e potência, central multimídia de 10.1 polegadas com Android Auto e Apple Carplay sem fio, carregador de celular por indução, portas USB, ar-condicionado digital e chave sensorial.
Na parte da segurança, ele vem com sete airbags, freio de estacionamento eletrônico com auto hold, faróis full LED, sensores de chuva, crepuscular e de estacionamento, câmera de ré e sistemas ADAS que agrega alertas de colisão frontal e de saída de faixa com correção ativa, frenagem autônoma de emergência e comutação automática do farol alto.
Envenenado
Na Abarth, “evenenar” o carro é fácil, basta apertar o botão “Poison”.
Nosso primeiro e breve contato com o Fastback Abarth foi em um autódromo particular na região de Campinas, batizado de Fazenda Capuava. Na pista, o SUV se comportou muito bem, mostrando que o motor 1.3 T270 deixa o utilitário bem divertido.
Tecnicamente, o propulsor é o mesmo da versão Limited Edition, com 185 cavalos e 27,5kgfm de torque, quando abastecido com etanol, alinhado ao câmbio automático de seis velocidades e direção elétrica, mas com uma série de calibrações diferentes, feitas para que ele possa ganhar o “selo do escorpião”.
O câmbio é automático de seis velocidades.
Segundo a Fiat, as calibrações especiais do SUV envolveram alterações no sistema de exaustão (com escape duplo bilateral e ronco esportivo – este, de verdade), nas suspensões (que deixaram o modelo 5mm menor e contam com molas mais rígidas, amortecedores 21% mais estáveis e dianteira de nova geometria), no motor e no câmbio.
Ao entrar no carro e ativar o modo “Poison” (são três configurações distintas, normal, manual e poison) pelo botão vermelho do volante, toda a geometria do SUV é alterada. Com ele, tanto o volante quanto o acelerador ficam mais responsivos, às trocas de marchas são feitas de forma mais rápida e o ronco emitido pelo escape fica mais grave.
Mesmo sendo um SUV, o modelo é super divertido de dirigir.
Como tivemos o primeiro e breve contato com o Fastback Abarth em uma pista, podemos perceber que o SUV acelera muito bem (segundo a marca faz de zero a 100km/h na casa dos 7,6 segundos), permitindo uma condução esportiva e divertida. Mesmo em curvas de alta, a carroceria rola bem sem que passe uma sensação de perda de controle.
As acelerações são bem-feitas, principalmente as retomadas. No modo “Poison” as trocas de marchas são feitas de uma forma que o giro sempre fique alto, otimizando a esportividade do SUV. Além disso, pisar fundo no acelerador e ouvir o ronco saindo do escapamento duplo, deixa a condução do Fastback Abarth bem mais divertida.
A opinião do Diário Motor
Fiat Fastback Abarth.
Diferente do que fez com o Pulse, que a versão Abarth trouxe ainda mais potência ao SUV, para o Fastback, a Fiat aposta não só no motor mais forte, já que ele também está presente na Limited, mas na real pegada esportiva do utilitário de estilo coupé.
Para um veículo nichado, preço nunca é um fator totalmente determinante, mas até nisso a Fiat mandou bem, já que ele chega em uma faixa abaixo dos concorrentes que não contam nem com metade do apelo esportivo. As primeiras impressões do Fastback Abarth são muito boas, para quem busca um SUV com uma pitada de “doce veneno” de escorpião, ele é uma boa aposta. Vale a compra! Nota: 9.
Ficha Técnica
Motor: 1.3 turbo
Potência máxima: 180/185cv
Torque máximo: 27,5kgfm
Transmissão: automática de seis velocidades
Direção: elétrica
Suspensão: independente na dianteira e eixo de torção na traseira
Freios: a disco na dianteira e tambor na traseira
Porta-malas: 600 litros
Dimensões (A x L x C x EE): 1.544 x 1.780x 4.425x 2.532mm
Preço: R$ 159.990
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*Viagem a convite da Fiat