De pacote extra a versão definitiva, testamos o Fiat Argo S-Design 1.3
Criado como um kit visual, a configuração virou de série na linha 2022 do hatch, que une estilo com lista de equipamentos generosa
A Fiat, como única marca italiana a produzir no Brasil, sempre se atentou para um lado mais estiloso de seus veículos, característica marcante das montadoras do país europeu. No mercado automotivo, é comum que algumas regiões sejam conhecidas por alguns atributos específicos.
A Alemanha sempre ficou marcada pelos carros confiáveis. Os Estados Unidos pelos poderosos motores. A Suécia, principalmente por causa da Volvo, pela segurança. O Japão pela inovação. E a Itália, pelo design marcante, especialmente nas marcas superesportivas.
Mesmo não fazendo parte do seleto grupo das “super”, como Ferrari, Lamborghini e Maserati e até distante da prima premium, a Alfa Romeo, a Fiat, como gosta de afirmar a marca, carrega o “DNA italiano”, até por isso, sempre se dedicou a veículos com estilo marcante. A última aposta foi o pacote S-Design de “alma” italiana.
Nascido como um kit extra, o S-Design passou a ser uma versão própria na linha 2022 do Argo, nosso “Teste da Vez”, na motorização 1.3 Drive (R$ 78.990). Com isso, além de dar maior foco no estilo do hatch, a Fiat incrementa a lista de equipamentos de série do modelo, deixando-a bem generosa, principalmente na parte da comodidade.
À italiana
Além de virar uma versão definitiva, a S-Design recebeu atualizações para a linha 2022, principalmente nas cores. A principal característica dele é a alteração visual, com foco nos tons escuros, agora em cobre, tanto na carroceria, quanto no interior do hatch.
O logo, até então em preto, passa a ser em bronze, assim como um pequeno detalhe no para-choque dianteiro. As rodas, capas dos espelhos retrovisores e spoiler traseiro são escurecidos. Como todos os modelos novos da italiana, ele vem com o Fiat Flag nas cores da bandeira da Itália na grade frontal.
Por dentro, o destaque fica pelo teto escuro, que passa um ar de maior esportividade ao modelo. Seguindo o estilo exterior, quase todos os detalhes são em preto, do logo Fiat, aos forros de porta, painel e tecido dos bancos. Apenas uns pequenos pontos no volante são claros.
O acabamento, apesar do abundante uso de plástico duro, é bem feito e não tem nenhuma peça mal encaixada ou com rebarbas. O espaço é condizente com a categoria, leva quatro adultos com um mínimo de conforto, mas um quinto gera apertos desnecessários. O porta-malas tem um bom tamanho, com 300 litros não é nem o maior, nem o menor do segmento.
Recheado
Como falamos, o Argo Drive 1.3 S-Desing conta com uma lista de equipamentos generosa, principalmente na parte da comodidade. Além disso, mesmo sendo uma configuração intermediária, ela conta com itens incomuns em veículos com câmbio manual, como a partida do motor por botão.
Ela ainda vem com ar-condicionado automático e digital, abertura das portas com chave sensorial, painel de instrumentos com tela de 3,5 polegadas, os básicos vidros, travas e ajustes dos retrovisores elétricos e central multimídia com display de sete polegadas, conexão Android Auto e Apple CarPlay e duas portas USB.
Na parte da segurança, controles de tração e de estabilidade, monitoramento de pressão dos pneus, sensor de estacionamento traseiro, auxiliar de partida em rampa, controle eletrônico de aceleração e sinalização de frenagem de emergência (ESS). De ausência, apenas câmera de ré.
Um fato interessante, e até raro na marca, é que o Argo S-Design não conta com opcionais, apenas a pintura pode ser alterada, que varia de R$ 950 na sólida a R$ 1.800 na metálica ou perolada. Agora, se tratando de um veículo de quase R$ 80 mil, a Fiat não “não fez mais do que a obrigação” em equipá-lo bem.
“Na mão”
Até então, o conjunto mecânico do Argo Drive S-Design era o intermediário, enquanto ele não recebe a novíssima motorização turbo e com a aposentadoria dos propulsores 1.8, passa a ser a topo de linha do hatch compacto.
Com o conhecido motor FireFly 1.3 de 109 cavalos no etanol e 101 na gasolina com 14,2 e 13,7kgfm de torque, aliado a transmissão manual de cinco velocidades e direção elétrica, o sistema atua bem dentro da proposta, com bom fôlego e bom consumo na cidade.
O motor trabalha bem, principalmente na cidade, onde realizamos todo o teste. As manobras são feitas com certa facilidade, sem muito esforço. Nas ultrapassagens, basta deixar o giro subir um pouco, estendendo a troca, que ele desenvolve bem, fazendo a movimentação com segurança.
Falando do câmbio, apesar de que ele poderia ter uma marcha a mais, a caixa atua de forma acertada. As trocas são feitas sem engasgos e a alavanca permite alternância precisas e sem dificuldade. Um detalhe interessante é o auxiliar visual indicando o momento certo de subir ou descer a marcha, o que ajuda na economia de combustível e para motoristas menos experientes.
Um equipamento que ajuda muito, principalmente em regiões com muitas ladeiras – que não é exatamente o caso de Brasília, onde fazemos nossos testes – é o auxiliar de partida em rampa. Com ele, o veículo fica cerca de três segundos parado, possibilitando que o motorista siga viagem sem se preocupar com que o carro desça.
Outro ponto positivo do conjunto é a direção elétrica. Como qualquer equipamento do tipo, ela permite uma condução muito mais segura, ficando firme em alta velocidade e leve nas manobras de estacionamento. O último destaque é o consumo, com média de 13,8km/l com gasolina, o Argo Drive S-Design ajuda bastante a evitar muitas idas ao posto.
A opinião do Diário Motor
O Argo Drive S-Design mostra do porque a Fiat gosta de apostar em estilos mais refinados, tanto que o que era um kit opcional, virou uma versão definitiva. Com excelente nível de equipamento, visual agradável, principalmente pelos detalhes escurecidos, e conjunto mecânico bem calibrado, o modelo vai muito bem.
O destaque, claro, é a lista de equipamentos, com itens raros de se ver até em modelos mais caros. No conjunto mecânico, a boa dirigibilidade com o baixo consumo de combustível faz a vida a bordo para o motorista bem tranquila. De negativo, como de costume, o alto valor, afinal, são quase R$ 80 mil em um hatch manual. Mas olhando o mercado atual, vale a compra! Nota: 9.
Ficha Técnica
Motor: 1.3
Potência máxima: 109/101cv
Torque máximo: 14,2/13,7kgfm
Transmissão: manual de 5 velocidades
Direção: elétrica
Suspensão: independente na dianteira e semi-independente na traseira
Freios: a disco na dianteira e tambor na traseira
Porta-malas: 300 litros
Dimensões (A x L x C x EE): 1.501 x 1.724 x 3.998 x 2.521mm
Preço: R$ 78.990
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